Conta de luz

Preço médio de energia do mercado cativo deve subir 9% em 2025

Conta de luz/Crédito: Marcos Santos, USP imagens
Preços de energia | rédito: Marcos Santos (USP imagens)

O preço médio do portfólio de contratos de compra de energia das concessionárias para atendimento de seu mercado cativo (Pmix) pode subir cerca de 9%, passando para uma média equivalente a R$ 270 /MWh, em 2025. Caso atinja o patamar, o preço médio será o maior no mercado regulado dos últimos dois anos.

Conforme análise do Serviço para Estimativa de Tarifas de Energia (Sete), da TR Soluções, o valor deve ficar acima do registrado em 2023, quando o Pmix aprovado pela Aneel nas tarifas dos consumidores residenciais foi de R$ 263/MWh. A média foi calculada considerando as variações de cada uma das 51 concessionárias de distribuição brasileiras pelo seu respectivo mercado consumidor.

O preço da energia é um dos componentes na conta de luz, e seu aumento não significa, necessariamente, que a tarifa de cada distribuidora terá movimentação semelhante. Além da energia em si, a tarifa contempla os custos de transmissão e encargos setoriais, além da remuneração do serviço de distribuição. 

>> Entenda as Tarifas de Energia do Zero 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

No ano passado, o preço caiu 6%, a R$ 247/MWh. Segundo Helder Sousa, diretor de Regulação da TR Soluções, a queda verificada foi uma consequência do superávit recorde de quase R$ 10 bilhões na Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias em fevereiro de 2024, que teve reflexos nas tarifas das duas principais distribuidoras do Rio de Janeiro (Light e Enel RJ).

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o saldo caiu pela metade até julho após os recursos serem devolvidos aos consumidores por meio de reduções nos reajustes tarifários.

Em 2024, sem considerar as bandeiras tarifárias e os tributos, os consumidores residenciais brasileiros perceberam uma variação média um pouco maior do que 0,5% em suas tarifas de energia elétrica em relação a 2023.

“Como praticamente todo o saldo está relacionado a questões hidrológicas, ao ser considerado na tarifa, o impacto se dá na forma de alívio do componente compra de energia, ou seja, do Pmix. Embora em 2024 tenha havido alívio em função do saldo superavitário da Conta Bandeiras, para 2025 não se espera que o mesmo aconteça. Com acréscimo de R$ 23 /MWh no preço médio da energia elétrica paga pelos consumidores cativos, em 2025 deve haver um aumento da vantagem de migração para o mercado livre ao se considerar isoladamente o Pmix”, disse Sousa.

Fonte SETE, da TR, com base em dados da Aneel
Pmix vigentes em janeiro de 2025 (homologados em 2024) / Fonte: SETE, da TR, com base em dados da Aneel

Em 2025, enquanto os consumidores cativos devem pagar R$ 270 /MWh, em média, a energia elétrica convencional de preço de longo prazo está sendo negociada a cerca de R$ 150/MWh no mercado livre, segundo os dados da curva forward da Dcide, publicada em 22 de janeiro de 2024. Já a energia incentivada tem sido negociada a R$ 186 /MWh.

>> Tarifas de Distribuição de Energia: Uma Visão Executiva

Entretanto, a TR Soluções projeta um crescimento futuro abaixo da inflação, devido ao fim do suprimento dos primeiros leilões de energia nova, o que inclui térmicas a óleo combustível, óleo diesel e carvão, e dos Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado, modalidade por Disponibilidade (CCEAR-D), sendo substituídos por contratos mais baratos.

“As projeções também levam em consideração uma redução importante do Pmix em 2027, quando consumidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil devem perceber um alívio em função da prometida redução da tarifa de Itaipu”, explicou Helder Souza.