A Atlas Agro, produtora de fertilizante nitrogenados, construirá uma fábrica que vai utilizar o hidrogênio verde (H2V) no processo de produção, em Uberaba, Minas Gerais. Com investimento previsto de R$ 4,8 bilhões, a edificação deve ser iniciada em 2024 e conclusão em meados de 2027.
A planta terá uma capacidade de produção de 500 mil toneladas de fertilizante por ano, destinada a clientes da região, utilizando fontes renováveis, como a solar e eólica, para fabricar o H2V, amônia verde e os fertilizantes nitrogenados com zero carbono. A consultoria Clear Energin Latin America (Cela) foi contratada para ajudar a empresa na prospecção e seleção de fornecedores de energia renovável para a fábrica.
“Temos cartas de interesse de compra assinados com vários clientes e deveremos concluir os acordos de fornecimento de fertilizantes nitrogenados zero carbono nos próximos meses”, afirma Knut Karlsen, co-fundador e CEO da Atlas Agro para América Latina.
A Atlas Agro tem planos de construir de sete a nove plantas de fertilizantes nitrogenados verdes no Brasil. Além disso, sua primeira fábrica dos Estados Unidos entrou em projeto de construção no mês passado.
Segundo a empresa, os fertilizantes produzidos a partir de fonte fósseis, como o gás natural, emitem mais do que 1 tonelada de CO2 equivalente para cada tonelada do fertilizante produzido, enquanto os fertilizantes nitrogenados produzidos a partir do hidrogênio verde são livres da emissão de carbono em sua produção.
Hidrogênio verde nos estados
Enquanto a Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde (CEHV) propõe a criação de um marco regulatório para o setor em parceria com o governo federal e o Senado, estados brasileiros se movimentaram nesta semana para discutir e criar iniciativas para fomentar e regulamentar o uso do insumo.
Na próxima quarta-feira, 3 de maio, o estado do Paraná realizará o 1º Fórum de Hidrogênio Renovável do estado, para lançar o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) de hidrogênio renovável da região, além da assinatura de uma política estadual de fomento ao insumo.
“O Paraná se prepara para uma grande política de energias renováveis, que envolve matrizes como o biogás e seus derivados, como o hidrogênio renovável, com ações em licenciamento, de caráter tributário e voltadas a consolidar o estado como indutor da cadeia”, afirma o secretário estadual do Planejamento, Guto Silva.
Em janeiro, o governo do Paraná anunciou que está estudando a viabilidade de um hub de H2V, que terá como objetivo inicial reduzir a emissão de carbono e produzir energia por meio do insumo.
No Ceará, a secretaria de hidrogênio verde do Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel), anunciou nesta quinta-feira, 27 de abril, a constituição de uma coordenação estadual para promover ações para desenvolvimento do mercado. O grupo de trabalho visa apoiar as esferas de governo no estabelecimento de marcos regulatórios relacionado ao hidrogênio verde na região Nordeste e no Brasil, que detém grande potencial de desenvolvimento.
A atuação da coordenação estadual será orientada por três grandes eixos temáticos: funding dos projetos de H2V; a relação com agentes regulatórios e ambientais; e as demandas do setor produtivo do estado do Ceará sobre hidrogênio verde para criar formas de impulsionar o desenvolvimento dessa indústria.
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