Economia e Política

Aumento de preços de energia leva Itaú BBA a apostar em valorização da Eletrobras

O Itaú BBA elevou o preço-alvo das ações da Eletrobras, refletindo, principalmente, o cenário mais otimista para os preços de energia elétrica no longo prazo e, com isso, melhora no desempenho da companhia na venda da energia que será descontratada nos próximos anos.

Aumento de preços de energia leva Itaú BBA a apostar em valorização da Eletrobras

O Itaú BBA elevou o preço-alvo das ações da Eletrobras, refletindo, principalmente, o cenário mais otimista para os preços de energia elétrica no longo prazo e, com isso, melhora no desempenho da companhia na venda da energia que será descontratada nos próximos anos.

Em relatório enviado a clientes, os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Victor Cunha explicaram os motivos que levaram a revisar a aposta dos preços das ações ordinárias (ELET3) da companhia de R$ 53,50 para R$ 59,60, uma valorização de quase 39% em relação ao preço de fechamento do pregão de quinta-feira, 8 de fevereiro, de R$ 42,94 por ação.

Curva de preços de energia

Desde 14 de janeiro, quando o Itaú BBA tinha feito sua última avaliação sobre a Eletrobras, os preços de energia apontados pela Dcide (empresa que captura e processa preços de energia e disponiliza ao mercado uma curva a partir da informações coletadas no mercado) subiram consideravelmente para o período de 2024 a 2027.

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Antes, a Dcide apontava preços que iam de R$ 78/MWh a R$ 133/MWh neste horizonte de tempo, e agora a curva vai de R$ 105/MWh a R$ 158/MWh.

A partir de 2028, o Itaú BBA projeta que os preços de energia no longo prazo serão, em média, de R$ 160/MWh, acima da premissa anterior, que era de R$ 150/MWh no longo prazo.

Como a Eletrobras tem muitos volumes descontratados e está exposta às variações de preços, isso eleva a perspectiva de valorização das ações da companhia. A cada R$ 10/MWh de aumento no preço de longo prazo, o preço-alvo sobe cerca de R$ 2,70 por ação.

Mais créditos fiscais e menos provisões

Os preços não são os únicos fatores que levaram ao otimismo com a Eletrobras. Os analistas também apontaram no relatório que o uso de créditos fiscais pela empresa deve acontecer mais rápido que o estimado, criando mais valor para a companhia. 

As provisões para pagamento dos empréstimos compulsórios, por sua vez, também foram ajustadas. O banco considerava um ajuste para as provisões com base na taxa Selic, mas a companhia informou que o impacto será menor, e o ajuste monetário será baseado em juros simples aplicado sobre o principal, correção dos juros pagos e taxa de compensação. Assim, o ajuste deve ser de 60% da taxa Selic.