
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reafirmou nesta segunda-feira, 12 de maio, a importância da implementação de pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglês) para o futuro da matriz energética do Brasil. Segundo ele, a tecnologia ajudará a garantir estabilidade do sistema elétrico nacional e atrair investimentos em data centers e inteligência artificial.
De acordo com o ministro, o governo brasileiro pretende aproveitar a expertise da Rússia no setor nuclear para avançar na instalação de pequenos reatores nucleares.
“O mundo e o Brasil, principalmente por conta dos investimentos em energia eólica e solar, que são fontes intermitentes, precisam garantir a estabilização do sistema elétrico. Vamos fazer isso com térmicas, especialmente as movidas a urânio. O Brasil possui urânio em abundância, e é fundamental que invistamos em toda essa cadeia produtiva”, afirmou Silveira, que integrou missão oficial à Rússia ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante conversa com jornalistas, Silveira destacou a importância da conclusão de Angra 3 com uma gestão segura de recursos. Para ele, a nuclear será decisiva para reforçar a confiabilidade do sistema elétrico nacional e criar um ambiente propício à instalação de novos data centers no país. O ministro também ressaltou que os pequenos reatores nucleares podem ajudar a reduzir o custo com térmicas a óleo e com infraestrutura de transmissão.
Em declarações anteriores, Silveira já havia defendido o avanço da energia nuclear como alternativa estratégica para o Brasil, especialmente no suporte à demanda crescente por centros de dados. Em novembro do ano passado, ele reforçou a necessidade de concluir Angra 3 e expandir a fonte nuclear para atender a esse setor.
Cooperação Brasil-Rússia
Silveira disse ainda que o Brasil e a Tenex, subsidiária da estatal russa Rosatom, estão em negociações para assinar um memorando de entendimento visando estudar a exploração conjunta de urânio e lítio. O ministro informou que o governo russo deverá iniciar um processo de cooperação com o Brasil na área mineral, visando identificar oportunidades e potencialidades em território nacional.
Além da visita à Rússia, Alexandre Silveira também integra a missão oficial à China, liderada pelo presidente Lula, com acordos já firmados para desenvolvimento de energias renováveis e tecnologias de baixo carbono.
Silveira destacou que as conversas com o governo chinês também envolvem possíveis parcerias no setor nuclear, visando o intercâmbio de tecnologias.