Congresso

PL recebe regime de urgência para destravar passagem de linhas de transmissão em terras indígenas

PL recebe regime de urgência para destravar passagem de linhas de transmissão em terras indígenas

A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado aprovou, no início da noite desta terça-feira,, 5 de abril, o projeto de lei que declara a passagem de linhas de transmissão de energia elétrica por terras indígenas como relevante ao interesse público da União. Com isso, o projeto busca destravar a extensão o Linhão de Tucuruí, que conecta Manaus (AM) a Boa Vista (RR), integrando o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

O PLP 275/2019, do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) e relatado pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), segue agora para a análise do Plenário do Senado. A CI aprovou também um pedido de urgência para a matéria. 

Apelidado de linhão do Tucuruí, a linha de transmissão Manaus-Boa Vista foi licitada em 2011 e vencida pela Transnorte Energia (TNE), que tem como sócios Alupar, com 51%, e Eletronorte, com 49%. O empreendimento deveria ter entrado em operação em 2015, mas as obras não saem do papel por conta dos problemas no licenciamento ambiental.

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu com a construção da linha de transmissão, recomendando a obra como de interesse da Política de Defesa Nacional. O projeto foi também qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

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O traçado do projeto atravessa as terras indígenas Waimiri Atroari, na divisa entre Roraima e Amazonas. Segundo Chico Rodrigues, “não parece justo o interesse de 2 mil pessoas condenar meio milhão de pessoas à escuridão e ao atraso”. Ele disse que o projeto é importante para o Brasil e essencial para Roraima. 

“O objetivo do projeto é pacificar as intensas polêmicas em relação ao assunto. O projeto permitirá ao povo de Roraima integrar-se à rede de energia nacional”, declarou Vanderlan.

O presidente da comissão, senador Dário Berger (MDB-SC), disse ter simpatia pela proposta e a elogiou quanto ao mérito. O senador Esperidião Amin (PP-SC) afirmou não ter condições de julgar se é justo ou não esse tipo de estrutura passar por terras indígenas. Ele disse temer ações judiciais contra a proposta, mas também afirmou que não é justo condenar um estado à escuridão.

(Com informações da Agência Senado)