A Honeywell acaba de anunciar a solução Honeywell Liquid Organic Hydrogen Carrier (LOHC), que permite o transporte de longa distância de hidrogênio utilizando a infraestrutura de transporte e refino já existente.
A perspectiva da empresa é que os primeiros consumidores para o novo produto sejam encontrados na Europa e no Japão por meio do hidrogênio verde produzido no Brasil e América do Sul, segundo disse à MegaWhat o presidente da divisão Performance Materials and Technologies (PMT) para a América Latina da Honeywell, José Fernandes.
Apesar das boas expectativas para o Brasil, Fernandes lembra que a falta de regulação sobre hidrogênio no país pode ser um entrave ao desenvolvimento do combustível.
“Percebemos a necessidade de um fortalecimento no âmbito público por meio de projetos que estimulem o Brasil a se tornar um protagonista na produção de hidrogênio verde e um importante exportador em nível mundial. Com o apoio adequado, o Brasil tem todas as condições para se posicionar como um líder na indústria do hidrogênio verde, aproveitando seus recursos naturais e sua expertise na área de energia”, disse o executivo.
Considerado combustível-chave para a descarbonização da economia, o hidrogênio exige logística complexa de transporte, porque é um gás inflamável com baixa densidade.
Uma das soluções mais comuns é transportar o hidrogênio transformado em outros compostos químicos, como a amônia, mas este formato exige infraestrutura adicional de transporte e armazenamento. Também é possível transportar hidrogênio por dutos, mas a operação esbarra na competitividade devido à baixa densidade do gás e ao custo das estruturas, sobretudo em longas distâncias.
Segundo a empresa, a solução LOHC representa um avanço neste ponto, pois utiliza ativos de refino e transporte já existentes, facilitando o transporte de longa distância e tornando-o menos custoso por não precisar de infraestrutura adicional, segundo comunicado da empresa.
Na solução, o gás hidrogênio é quimicamente combinado por meio do processo de saturação de tolueno da Honeywell UOP. O resultado é um composto chamado metilciclohexano (MCH), um líquido não-volátil compatível com a infraestrutura existente e que pode ser transportado da mesma forma que a gasolina ou hidrocarbonetos semelhantes.
Uma vez em seu destino, o MCH é desmembrado novamente em hidrogênio e tolueno, por meio do processo de desidrogenação de da Honeywell UOP. Assim, o hidrogênio pode ser usado como fonte de energia e o tolueno volta para o fornecedor e poderá ser usado em um novo ciclo de saturação com hidrogênio.
“Em escala global, a Honeywell UOP tem presença em todos os setores interessados na produção de hidrogênio verde, como a indústrias de energia, química, armazenamento de energia, transporte e outros. Nossa solução LOHC pode ajudar na transição energética porque utiliza ativos de refino existentes e oferece soluções abrangentes em toda a cadeia de valor do hidrogênio”, disse José Fernandes.
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