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Competitividade das baterias no leilão de reserva de capacidade dependerá dos requisitos, avalia ISA Cteep

O potencial competitivo das baterias no leilão de reserva de capacidade vai depender dos requisitos sistêmicos que serão definidos no edital do certame. A avaliação é de Silvia Diniz Wada, diretora-executiva de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios da ISA Cteep, que destacou que a depender das especificações, as térmicas podem ser mais apropriadas.

Competitividade das baterias no leilão de reserva de capacidade dependerá dos requisitos, avalia ISA Cteep

O potencial competitivo das baterias no leilão de reserva de capacidade vai depender dos requisitos sistêmicos que serão definidos no edital do certame. A avaliação é de Silvia Diniz Wada, diretora-executiva de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios da ISA Cteep, que destacou que a depender das especificações, as térmicas podem ser mais apropriadas.

“Uma bateria funciona muito bem em uma janela de até quatro horas. Então, para uma necessidade de acionamento superior [a este tempo] uma térmica seria mais apropriada. Agora, para períodos curtos, a bateria tem a vantagem de ser mais rápida, que uma térmica”, disse a executiva durante o ISA Cteep Day, evento promovido nesta terça-feira, 25 de setembro.  

Na visão de Wada, para ocorrer uma segregação do que é viável em cada tecnologia, as nuances das baterias precisam ser capturadas no edital do leilão. Outro ponto que demanda estudo para o texto é a possibilidade de um único projeto de baterias ser utilizado em mais de uma função, gerando um “empilhamento de receitas”.  

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Rui Chammas, CEO da ISA Cteep, também comentou sobre o assunto durante coletiva de imprensa, complementando que as empresas do setor podem ajudar o regulador a criar um modelo em que um único ativo possa ser usado para vários serviços, inclusive, no leilão de reserva de capacidade.  

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A transmissora iniciou neste ano a operação comercial do primeiro projeto de armazenamento de energia em bateria de larga escala do país, com a finalidade de evitar interrupções no fornecimento de energia elétrica no litoral sul de São Paulo. Para Chammas, o projeto que conta com 30 MW de potência e entrega 60 MWh por duas horas, é um exemplo prático de empreendimentos que podem ser utilizado em diversas situações.  

Durante o lançamento do projeto de Registro, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, informou que duas consultas públicas devem ser abertas ao longo de 2023 para tratar da regularização de projetos de armazenamento de energia em baterias. Quatro meses depois da declaração de Feitosa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a pasta está estudando uma nova formação para o leilão de reserva de capacidade, com mais produtos, ampliação de competição e do escopo tecnológico.  

Questionada no evento sobre o tamanho do mercado de baterias, Silvia Wada defendeu que é difícil definir, mas que a demanda deve surgir/crescer após as definições do leilão de reserva de capacidade, com o avanço da regulamentação do equipamento e por meio de um planejamento setorial “mais ágil, integrado e flexível”, que considere todos os requisitos do Sistema Interligado Nacional (SIN) – energia, potência e flexibilidade. 

O uso de baterias tem sido defendido pela transmissora, que busca focar seus esforços nos próximos leilões de reserva de capacidade.  

>> ISA CTeep aguarda decisão de governo para incluir baterias em leilão de reserva de de potência

Leilão de reserva de capacidade 

O primeiro leilão de reserva de capacidade aconteceu em 2021 e com a previsão que o modelo seria realizado anualmente, para que usinas com disponibilidade de potência, como termelétricas, pudessem ser viabilizadas mesmo sem a demanda das distribuidoras nos leilões de energia nova A-4 e A-6. 

Ano passado, contudo, não houve leilão de reserva de capacidade, depois que o MME decidiu estudar a realização de um certame com neutralidade tecnológica, ou seja, sem direcionar a demanda para uma fonte específica. 

Na avaliação de Silvia Wada, o primeiro leilão de reserva de capacidade poderia ter contato com a neutralidade tecnológica, deixando a critério de os proponentes escolherem qual solução tecnológica seria mais competitiva. 

Demais leilões 

A ISA Cteep prevê investir cerca de R$ 15 bilhões em projetos de transmissão até 2028. Do total, R$ 10 bilhões serão aplicados na construção de novas linhas e subestações, incluindo os três lotes arrematados pela companhia no leilão de transmissão de junho deste ano. O restante deve ser aplicado em projetos de reforços e melhorias de ativos existentes. 

Com grande parte de investimentos destinado à implementação de novos empreendimentos, a companhia descartou a participação no segundo leilão de transmissão de 2023, mas está estudando a participação em alguns lotes dos leilões previstos para março e setembro de 2024. 

Se a gente encontrar um lote interessante, com um projeto de capacidade interessante, com uma boa rentabilidade e que entre no nosso planejamento financeiro, a gente vai participar”, frisou Rui Chammas, CEO da transmissora.  

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