A CPFL Energia vê na Enel Ceará (ex-Coelce) uma oportunidade de crescimento no Nordeste brasileiro, afirmou o presidente do grupo, Gustavo Estrella, nesta sexta-feira, 12 de maio, durante teleconferência de resultados.
“Estamos olhando o ativo, é um processo natural. Seguindo esse curso estamos interessados na companhia por entender que é uma boa oportunidade de eventual crescimento em distribuição”, afirmou Estrella.
A venda da distribuidora foi anunciada pela Enel Brasil, em fevereiro deste ano. A concessionária é a terceira maior distribuidora do Nordeste em volume distribuído, fornecendo energia elétrica nos 184 municípios do estado para mais de 4 milhões de unidades consumidoras.
A aquisição, permitiria à CPFL expandir sua atuação para o Nordeste, onde ainda não possui ativos de distribuição. Hoje a companhia possui 14% de participação no segmento do país por meio da CPFL Paulista, CPFL Piratininga, CPFL Santa Cruz e RGE, atuando, respectivamente, nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná.
Renovação de concessões
Em relação à indicação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que a renovação das concessões das distribuidoras se dará de maneira não onerosa, é tecnicamente mais viável para o longo prazo, segundo Gustavo Estrella.
“Hoje defendemos que existe uma regulação madura, que foi bem construída e é executada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Temos normas claras, que rodam sempre dentro das margens regulatórias das empresas. Então, seguindo a norma, a gente entende que a perspectiva de longo prazo para renovação se dá nos termos que o ministro tem falado”, disse Gustavo Estrella.
O executivo ainda ressaltou que a pasta mantém um diálogo aberto com as empresas, por meio de reuniões recorrentes. “Vamos chegar a uma solução, espero que logo. Sabemos do deadline para as renovações, e a expectativa é que a gente feche esse assunto antes disso”.
A CPFL Energia tem até novembro de 2027 para renovar as concessões do grupo no segmento de distribuição de energia. Prazo que também é muito próximo da abertura total do mercado de energia, prevista para ocorrer em 2028.
CPFL Energia 1T2023
A CPFL Energia (CPFE3) reportou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no primeiro trimestre de 2023, alta de 42% em relação à igual período do ano passado.
O resultado foi impulsionado pelo desempenho positivo na área de distribuição e geração de energia. As estratégias de recuperação de unidades de transmissão também ajudaram no crescimento.
“No segmento de distribuição, destaco o benefício trazido pelos reajustes tarifários de 2022. A despeito da redução em torno de 15% da tarifa percebida pelo consumidor, em função da retirada da bandeira escassez hídrica no 2T22 e da menor alíquota de ICMS, os reajustes de parcela B foram aplicados, preservando nossos retornos”, disse o presidente da CPFL.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 3,53 bilhões na etapa, avanço de 33,6%. Já a receita operacional líquida totalizou R$ 9,8 bilhões, alta de 5,9%.
Para 2023, o foco da companhia será a aplicação do processo de revisão tarifária em três das distribuidoras do grupo: CPFL Paulista, RGE e CPFL Piratininga. O processo da CPFL Paulista foi concluído no último mês de abril.