Empresas

EDP vai levantar 1 bilhão de euros para pagar acionistas minoritários da EDP Brasil

A Energias de Portugal vai levantar 1 bilhão de euros para comprar as ações da EDP Brasil detidas por minoritários. Em evento realizado hoje para tratar da estratégia do grupo no período de 2023 a 2026, o presidente da empresa portuguesa, Miguel Stilwell, a operação reforça o compromisso com o Brasil e vai permitir "otimizar" seu funcionamento corporativo no país.

EDP vai levantar 1 bilhão de euros para pagar acionistas minoritários da EDP Brasil

A Energias de Portugal vai levantar 1 bilhão de euros para comprar as ações da EDP Brasil detidas por minoritários. Em evento realizado hoje para tratar da estratégia do grupo no período de 2023 a 2026, o presidente da empresa portuguesa, Miguel Stilwell, a operação reforça o compromisso com o Brasil e vai permitir “otimizar” seu funcionamento corporativo no país.

“Achamos que existe um racional em simplificar a organização e olhar a combinação das operações no Brasil. A EDP Brasil e a EDP Renováveis Brasil”, disse Stilwell. 

Ele ressaltou, contudo, que essa combinação não precisa significar uma fusão entre as duas subsidiárias que operam no Brasil. “Vemos sentido em sinergias adicionais, mas quem desenvolve renováveis, vai continuar, quem trabalha com redes vai continuar. Sob esse ponto de vista, não é necessário passar por uma fusão”, afirmou.

Investimentos em renováveis

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

No evento, a EDP anunciou que vai investir 25 bilhões de euros até 2026, sendo 21 bilhões de euros em energias renováveis e 4 bilhões em negócios de redes elétricas – que no Brasil envolvem transmissão e distribuição de energia. Os investimentos, da ordem de 6,2 bilhões por ano, representam crescimento de cerca de 30% na comparação com o plano de negócios anterior, e vão envolver uma adição de 4,5 GW por ano em nova capacidade renovável, chegando a 18 GW novos em 2026. 

A América do Sul vai receber 15% dos investimentos totais projetados, ou cerca de 3,75 bilhões de euros. Já Europa e América do Norte devem ser objeto de 40% dos investimentos projetados cada, com foco em renováveis e novas tecnologias, como eólica offshore.

As tecnologias existentes, de eólica onshore e solar fotovoltaica de grande escala, vão representar 40% dos 21 bilhões de euros voltados a renováveis. A eólica offshore, por sua vez, deve ficar com uma fatia de 5% desse total, por meio da joint venture com a Engie, a Ocean Winds.

Prioridades no Brasil

No Brasil, a empresa pretende concluir ainda neste ano a compra das 56,05% das ações em negociação no mercado. Stilwell comentou que a companhia já tem compromisso da chinesa CTG, sócia da EDP, e dos fundos soberanos de Cingapura, GIC, e Abu Dhabi, ADIA, para aportar 600 milhões de euros do volume total que será levantado para pagar a oferta pública de ações (OPA) no Brasil. “Obviamente, quando abrirmos ao mercado, outros acionistas e investidores também vão entrar”, disse o executivo.

Em paralelo à essa operação, a EDP Brasil seguirá neste ano com os esforços para venda da sua termelétrica Pecém, no Ceará, dentro das suas metas de descarbonização.

Segundo Miguel Setas, presidente do conselho da EDP Brasil e conselheiro da Energias de Portugal, as propostas não vinculantes por Pecém devem ser recebidas até maio deste ano. A companhia continua ainda tentando encontrar alternativas para manter uma geração de receita na termelétrica depois de 2027, quando termina seu contrato vigente. 

Outra prioridade da EDP Brasil neste ano é negociar com o governo brasileiro as condições da renovação da EDP Espírito Santo, cuja concessão de distribuição vence em 2025, e é a primeira de uma fila nos próximos anos. 

Setas lembrou que ainda se discute no mercado brasileiro as condições das renovações, e afirmou a companhia e sua gestão têm discutido e abordado o assunto com o Ministério de Minas e Energia e com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Há boas indicações de que a renovação se fará em modos parecidos ou equivalentes aos feitos em outras distribuidoras, mas ainda não está determinado”, afirmou.