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Elétrica mira em créditos fiscais com comercializadora e antecipação de dívida de Santo Antônio

A Eletrobras está renegociando com o BNDES a possibilidade de fazer o pagamento antecipado de R$ 4 bilhões em dívidas tomadas originalmente pela Santo Antônio Energia, que foi integralizada pela companhia em março deste ano. A ideia, segundo Elvira Presta, vice-presidente Financeira e de Relações com Investidores da companhia, é ajudar a controlada a sair do vermelho e, com isso, aproveitar os créditos fiscais acumulados por Santo Antônio depois de tantos anos operando no prejuízo. O aproveitamento de créditos fiscais bilionários também está na mira da Eletrobras no segmento de comercialização de energia, que é fundamental para que a empresa negocie o volume grande de energia hoje enquadrada no regime de cotas, e que será descontratado nos próximos anos.

Elétrica mira em créditos fiscais com comercializadora e antecipação de dívida de Santo Antônio

A Eletrobras está renegociando com o BNDES a possibilidade de fazer o pagamento antecipado de R$ 4 bilhões em dívidas tomadas originalmente pela Santo Antônio Energia, que foi integralizada pela companhia em março deste ano. A ideia, segundo Elvira Presta, vice-presidente Financeira e de Relações com Investidores da companhia, é ajudar a controlada a sair do vermelho e, com isso, aproveitar os créditos fiscais acumulados por Santo Antônio depois de tantos anos operando no prejuízo.

O aproveitamento de créditos fiscais bilionários também está na mira da Eletrobras no segmento de comercialização de energia, que é fundamental para que a empresa negocie o volume grande de energia hoje enquadrada no regime de cotas, e que será descontratado nos próximos anos.

As perspectivas da Eletrobras foram apresentadas nesta quarta-feira, 12 de julho, durante evento com investidores marcado por filas na porta e analistas não credenciados barrados por falta de espaço. No fim do dia, o presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, participou de uma entrevista coletiva junto de alguns dos vice-presidentes, quando foram detalhados os planos futuros da empresa.

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Santo Antônio

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A Eletrobras encerrou uma longa disputa entre os sócios na Santo Antônio Energia em março deste ano, quando fechou acordo para adquirir os 22,9% que ainda não estavam nas suas mãos, por R$ 168 milhões, por meio de Furnas.

Desde o ano passado, quando precisou fazer um aporte de R$ 1,5 bilhão na concessionária da hidrelétrica de mesmo nome, a Eletrobras integralizou a participação em seu balanço, o que significou incorporar a dívida de cerca de R$ 20 bilhões.

Com a compra do restante, a Eletrobras passou a avaliar alternativas para renegociar essa dívida, uma vez que seu crédito é superior ao da Santo Antonio Energia. Dos R$ 20 bilhões, cerca de R$ 14 bilhões são devidos ao BNDES e bancos repassadores.

Segundo Elvira Presta, a companhia já está conduzindo reuniões com os bancos, com a intenção de concluir a renegociação da dívida no terceiro trimestre deste ano.

“Esses R$ 14 bilhões foram reperfilados em 2018, época em que a Santo Antonio enfrentava dificuldades financeiras e problemas entre os sócios, e isso tornou a dívida cara”, disse Presta. 

A ideia na mesa envolve pagar antecipadamente cerca de R$ 4 bilhões da dívida detida com o BNDES, e levar para a holding os R$ 10 bilhões restantes. Com isso, a concessionária da usina ficará com R$ 6 bilhões em dívida, e terá potencial de se tornar lucrativa. “Do ponto de vista tributário, isso permite destravar outra alavanca de valor, que são os créditos tributários”, explicou Presta.

Comercialização

Antes da privatização, a Eletrobras tinha estruturas de comercialização de energia independentes em suas subsidiárias, e foi apenas na semana passada que a holding recebeu aval para operar com uma comercializadora de energia. 

O desafio da empresa é grande, uma vez que, até 2027, a energia hoje enquadrada no regime de cotas será descontratada. Para 2024, a empresa terá 3 GW livres para negociar, dos quais 21% ainda estão descontratados. O volume cresce até 2027, quando serão 9,5 GW em energia disponível, com 54% desse total sem contratos de venda.

“Vamos ser uma companhia que tem clientes, que busca clientes, que negocia clientes”, disse Ferreira. Em junho do ano passado, antes da privatização, a Eletrobras tinha 31 consumidores livres na carteira, número que subiu para 132, por meio de contratos de cinco anos.

Foi estabelecida uma mesa centralizada de trading, assim como áreas de analise de risco concentradas, voltadas para risco de crédito de contrapartes e de mercado.

Outra vantagem da comercializadora centralizada é o aproveitamento de créditos fiscais. Segundo Ferreira, de R$ 15 bilhões em créditos fiscais que a Eletrobras possui, apenas com a comercialização será possível aproveitar mais de R$ 4 bilhões. 

Uma das vantagens da Eletrobras na negociação no mercado livre é a possibilidade de fazer contratos de longo prazo com energia renovável, de acordo com o executivo. Outro é a presença regional relevante da empresa, por meio das suas controladas – Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul.

“Os clientes de médio porte conhecem o nome das empresas, são muito reconhecidas regionalmente”, disse.

A prioridade da estratégia de vendas está nos consumidores de alta tensão, incluindo o mercado de “varejo” que vai abrir a partir de janeiro de 2024. “O tema da inovação digital é algo que vamos usar para esta mais próximos desses clientes”, afirmou.

A marca Eletrobras também está sendo explorada comercialmente, com a campanha da “Eletrobrasilidade” lançada recentemente. “Vamos trabalhar para nossa marca ser percebida como de confiança e de energia renovável”, afirmou.

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