A Neoenergia informou que vendeu uma participação de 50% em oito ativos de transmissão em operação, que somam 1.865 km, ao GIC, Fundo Soberano de Cingapura, por R$ 1,2 bilhão.
O GIC terá ainda direito de fazer a primeira oferta na potencial venda futura de 50% dos empreendimentos de transmissão em construção pela companhia, que somam 6.279 km.
O negócio foi comunicado ao mercado nesta terça-feira, 25 de abril, minutos antes da Neoenergia informar que teve lucro de R$ 1,215 bilhão no primeiro trimestre do ano, sem variação relevante na comparação anual.
A transação
Para concretizar a venda de metade dos ativos de transmissão operacionais, será criada uma holding. Fazem parte desta etapa os empreendimentos Jalapão, Santa Luzia, Dourados, Atibaia, Biguaçu, Sobral, Narandiba e Rio Formoso.
A receita anual permitida (RAP) desses projetos é de cerca de R$ 430 milhões, e o prazo remanescente das concessões é de, em média, 25 anos.
Em relação aos ativos em construção, o GIC terá direito de preferência na compra de 50% das linhas Itabapoana, Guanabara, Vale do Itajaí, Lagoa dos Patos, Morro do Chapéu, Estreito, Alto do Parnaíba e Paraíso, que somam 6.089 km.
O mesmo direito vai valer para Potiguar Sul, empresa responsável pela implantação da primeira linha de transmissão de energia de 500 kV da empresa arrematada em um leilão em 2013. Com isso, o total vai a 6.279 km, e a RAP desses ativos chega a cerca de R$ 1,3 bilhão.
A Neoenergia continuará prestando serviços de operação e manutenção, além de outros serviços corporativos aos ativos operacionais.
O balanço
Nos primeiros trimestres deste ano, o lucro da Neoenergia foi afetado pelo aumento de 35% nas provisões sobre crédito de liquidação duvidosa, para R$ 176 milhões, além do resultado financeiro, que veio negativo em R$ 1,27 bilhão, 39% maior na comparação anual.
A variação do resultado financeiro refletiu, principalmente, a maior despesa com encargos da dívida, o maior CDI, além do aumento do saldo médio da dívida devido às captações direcionadas para investimentos em novos ativos de transmissão, geração eólica e solar, além das distribuidoras.
A receita operacional líquida da companhia subiu 12% no período, a R$ 11,1 bilhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 14%, a R$ 3,6 bilhões.