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Indústria naval se prepara para atender eólica offshore nos próximos cinco anos

Com marcos legais em andamento e portarias que dão os primeiros passos para que empreendedores vislumbrem o país com um novo porto de investimentos, o país soma quase 170 GW de capacidade instalada de projetos de geração de energia eólica offshore com pedido de licenciamento no Ibama. Mas não são apenas os investidores da indústria eólica que estão otimistas com a evolução da fonte no país, conforme o Panorama Naval do Rio de Janeiro de 2022, divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) nesta quarta-feira, 16 de novembro.

Indústria naval se prepara para atender eólica offshore nos próximos cinco anos

Com marcos legais em andamento e portarias que dão os primeiros passos para que empreendedores vislumbrem o país com um novo porto de investimentos, o país soma quase 170 GW de capacidade instalada de projetos de geração de energia eólica offshore com pedido de licenciamento no Ibama.

Mas não são apenas os investidores da indústria eólica que estão otimistas com a evolução da fonte no país, conforme o Panorama Naval do Rio de Janeiro de 2022, divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) nesta quarta-feira, 16 de novembro.

Segundo o estudo, o aumento do número de parques eólicos offshore no Brasil tem despertado a atenção dos estaleiros nacionais, e estima, num horizonte de cinco anos, que o segmento esteja aquecido e demandando novas oportunidades para a indústria naval brasileira, principalmente para as instalações eólicas próximas aos estados onde os estaleiros estão localizados.

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“Nossa avaliação é que haverá grandes oportunidades para diversificação das atividades dos estaleiros, que nos últimos anos sofreram com a escassez de grandes construções e hoje ainda estão muito dependentes de serviços de reparos e, em vários casos, de movimentação de cargas de terceiros nas operações, para as quais suas instalações não foram concebidas originalmente”, diz trecho do Panorama Naval.

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Além disso, o país já conta com uma cadeia produtiva para a geração onshore bem estabelecida e que teria capacidade de adaptação para manufatura dos equipamentos offshore. Outro ponto, seria a expertise e a infraestrutura desenvolvidas pelo setor petrolífero nacional para atuar tanto em águas rasas quanto em águas profundas, que capacitam o Brasil para participar do rápido crescimento esperado para esse novo mercado.

Não por acaso, Shell, Equinor e a TotalEnergies lideram as solicitações de licenciamento junto ao Ibama entre as companhias de óleo e gás, com participação de 10,1%, 8,5% e 5,3% do total, respectivamente.

“As principais empresas de óleo e gás mundiais estão posicionadas com bons diferenciais para gerenciar todos os desafios logísticos, técnicos e de recrutamento de pessoal capacitado para o desenvolvimento dos parques eólicos offshore, em função de diversas semelhanças entre os dois setores”, aponta análise da Firjan.

No caso do transporte marítimo, construtores internacionais de navios, empresas de engenharia e estaleiros de classe mundial estão desenvolvendo novos projetos para embarcações voltadas para as particularidades das eólicas offshore que poderão carregar, transportar, elevar e instalar as mais recentes fundações de turbinas.

E essas tecnologias estão sendo desenvolvidas, em alguns casos, por empresas tradicionais de serviços e afretamento do mercado de óleo e gás offshore, assim como por empresas com grande experiência no mercado marítimo e de shipping.

Da mesma forma como para as embarcações, de acordo com o estudo, plataformas flutuantes da indústria de óleo e gás podem ser adaptadas sem grandes complexidades, aproveitando-se suas estruturas e fixando-as ao fundo do mar, obtendo-se então uma ótima estabilidade para a turbina instalada no topside da plataforma.

Adicionalmente, há a possibilidade de as estruturas serem montadas em terra para depois serem rebocadas para o alto-mar, tornando a operação mais eficiente e segura. A complexidade do transporte das turbinas e hélices é mais intensa nos trechos terrestres, mas também está presente na logística marítima.

Transição energética

As perspectivas de acentuação da demanda para a indústria naval mundial também apresentam cenário muito promissor, considerando a tendência de um aumento significativo do tráfego marítimo de carga global, que pode triplicar nos próximos 30 anos, associada à transição energética, com uma consequente expansão do modal marítimo relacionado ao setor de energia.

A liderança mundial da indústria naval nesse segmento deve incrementar o protagonismo dos países asiáticos, como China, Japão e Coreia do Sul. No entanto, o Brasil também se apresenta como grande alternativa para geração de fontes renováveis, dadas as suas condições geopolíticas e geográficas, que favorecem principalmente a geração de fonte eólica e solar.

“É justamente a disponibilidade dessas novas tecnologias que vem permitindo explorar novos ambientes com segurança, como é o caso do marítimo. As novas embarcações, que devem ser concebidas para atender às recentes demandas de energia, devem proporcionar condições de transporte seguro de fontes de energias mais limpas, como por exemplo, o gás natural liquefeito ou o hidrogênio verde, nas suas diversas formas possíveis”.

O estudo da Firjan também destaca que tão importante quanto o seu transporte é o impacto dessas energias na propulsão e armazenamento delas a bordo, que serão empregadas nas novas embarcações.

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