Com foco em lotes de alta rentabilidade, a Neoenergia tem avaliado participação no primeiro leilão de transmissão de 2024, que será realizado em março. De acordo com Eduardo Capelastegui, a companhia tem estudado alguns lotes com “sinergia” com suas operações atuais, principalmente aqueles localizados na Bahia.
Segundo o executivo, a empresa manterá a estratégia elaborada no primeiro certame do setor de 2023, quando fez ofertas em quatro lotes (1, 2, 5 e 7) e, apesar de uma preparação intensa de quatro meses em estudos sobre os projetos, se viu surpreendida pelos altos valores dos lances, ficando de fora das grandes disputas.
“Estamos estudando a participação em alguns lotes do leilão de transmissão de março, mas quero deixar uma mensagem muito clara que o nosso critério será exatamente o mesmo do leilão de junho do ano passado. Não precisamos tomar risco e nem ganhar lotes com rentabilidades baixas, temos um volume de investimento recorrente muito grande em distribuição, temos o foco em transmissão e a gente focará no que agrega valor”, destacou Capelastegui durante teleconferência de resultados, realizada nesta sexta-feira, 9 de fevereiro.
Além da avaliação dos lotes, a companhia está analisando uma participação conjunta com a GIC, fundo soberano de Cingapura, que comprou oito ativos de transmissão da Neoenergia em abril de 2023, no certame.
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O executivo falou ainda que a companhia pretende dobrar sua receita anual permitida, chegando aos R$ 1,2 bilhão, por meio da entrada em operação de novos projetos, entre eles estão Itabacuana e Guanabara – que receberam no final do ano passado ofertas não vinculantes do GIC.
“Vamos ter bastante movimento ao longo de 2024, porque muitos lotes entrarão na operação. O relacionamento [com a GIC] está sendo bom. No caso do [leilão de] março, estamos analisando uma participação junto com eles”, afirmou o executivo.
Distribuição
Com o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) para que o Ministério de Minas e Energia (MME) siga com o processo de renovação das concessões de distribuição de energia, Capelastegui afirma que espera um decreto da pasta nas próximas semanas.
Ainda no setor, o executivo afirmou que a companhia focará no crescimento orgânico.
Resultados
A Neoenergia registrou lucro líquido de R$ 973 milhões no 4° trimestre de 2023, alta de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A receita operacional líquida cresceu 2% na mesma comparação, a R$ 11,1 bilhões. O lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) chegou aos R$ 2,8 bilhões, aumento de 1%.