Em meio às discussões sobre exploração na Foz do Amazonas, que teve o primeiro pedido de licenciamento negado pelo Ibama, a gerente executiva de Mudança Climática da Petrobras, Viviana Coelho, declarou que novos campos representam uma produção com menos emissões.
Segundo a executiva, a tecnologia aplicada a novos campos os torna mais eficientes do que campos existentes. “Então, como você lida com o conceito de que o campo existente é suficiente, mas produz com mais emissões? Eu realmente vou evitar entrar no campo que é mais eficiente do que o outro?”, disse a executiva durante o ESG Energy Forum, evento promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e do Gás (IBP) nesta terça-feira, 20 de junho, no Rio de Janeiro.
A executiva explicou que a produção do hidrocarboneto responde por cerca de 25% das emissões relacionadas ao petróleo. “Não podemos deixar de considerar o avanço de simplesmente selecionar produtos [de óleo e gás] que são produzidos de forma mais eficiente”. Segundo a executiva, os campos do pré-sal operam com cerca de 10 quilos de carbono para cada barril, enquanto a média mundial está entre 17 e 22 quilos de carbono por barril de petróleo produzido.
Foz do Amazonas: impasse envolve declínio na capacidade produtiva brasileira
Em maio, o Ibama negou à Petrobras licença para perfuração exploratória de poço no bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas. Segundo o órgão, houve inconsistências técnicas no pedido da companhia. A estatal reapresentou o pedido de licenciamento no mesmo mês.
Especialistas do setor e representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) defendem a exploração na Foz do Amazonas sob o argumento da necessidade de novas reservas de petróleo, uma vez que há previsão de declínio das reservas do pré-sal a partir de 2029.
Entenda o debate na Bacia da Foz Amazonas:
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