A Petrobras possui hoje mecanismos internos e legais que limitam a interferência política na companhia afirmou o diretor de Governança e Conformidade da estatal, Salvador Dahan, nesta sexta-feira, 4 de novembro. Segundo ele, a empresa tem estruturas de governança e conformidade com freios e contrapesos de governança e está sujeita hoje à Lei das Estatais e à Lei Anticorrupção.
“A grande mensagem é que, nesse novo modelo hoje que temos, nós garantimos muito mais transparência e visibilidade aos acionistas, caso algum retrocesso aconteça nesses mecanismos que mencionei”, disse o executivo, ao ser questionado sobre o cenário da petroleira com a mudança de governo, durante teleconferência com analistas e investidores, em relação ao resultado do terceiro trimestre, um lucro de R$ 46,1 bilhões, com crescimento de 48%, ante igual período anterior.
Plano estratégico
Questionado sobre o novo plano estratégico da empresa, com horizonte 2023-2027, o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Rodrigo Araujo, explicou que o documento está em processo de elaboração e aprovação, previsto para ocorrer até o fim deste ano. “Ele [o plano estratégico] é um ciclo anual”, explicou o executivo, indicando que qualquer mudança no novo plano só deverá ocorrer no ciclo seguinte, no fim de 2023.
“Em termos de investimentos, é importante destacar que o processo vai além do planejamento estratégico”, completou Araujo.
Preços de combustíveis
Questionado sobre a política de preços de combustíveis, o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, afirmou que o mercado segue abastecido e ressaltou que os dados de defasagem dos preços da gasolina e do diesel apresentados pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) não estão em linha com os cálculos da Petrobras, porque a entidade trabalha com preços mais elevados para compensar o menor volume de escala importado.
“A Abicom, [cujos dados] têm sido usados muito como referência por vários órgãos de imprensa, representa um pequeno conjunto de importadores que representaram menos de 5% do volume efetivamente trazido para o Brasil de derivados. […] Eles trabalham com um preço mais elevado para compensar essa menor escala”, disse Mastella.
De acordo com dados da Abicom referentes a esta sexta-feira, o preço médio da gasolina praticado pela Petrobras está com defasagem de 6% (R$ 0,20/litro) em relação ao preço de paridade de importação. Já o preço médio do diesel está com defasagem de 9% (R$ 0,49/litro).
Pelos cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o preço da gasolina está com defasagem de 8,17% (R$ 0,29/litro), enquanto o diesel está com defasagem de 10% (R$ 0,54/litro).
(Foto: Agência Petrobras)