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Prio vai avaliar ações para imposto de exportação de petróleo cru

A Prio vai avaliar, juntamente com as entidades do setor, as ações que podem ser tomadas após o governo federal decidir criar um imposto sobre exportação de petróleo cru, com alíquota de 9,2%, para compensar a reoneração parcial da gasolina.

Prio vai avaliar ações para imposto de exportação de petróleo cru

A Prio vai avaliar, juntamente com as entidades do setor, as ações que podem ser tomadas após o governo federal decidir criar um imposto sobre exportação de petróleo cru, com alíquota de 9,2%, para compensar a reoneração parcial da gasolina.

“Todo setor está reunido através das entidades de classe, que representam nossos interesses, para avaliar tanto os impactos quanto as medidas e as ações que devem ser tomadas junto aos stakeholders e órgãos públicos, como a agência, o Ministério da Economia e outros. Essas conversas vão ganhar corpo nos próximos dias”, afirmou Emiliano Fernandes Lourenço Gomes, diretor jurídico da Prio durante teleconferência com investidores, nesta quinta-feira, 2 de março.

O diretor jurídico ainda destacou que a Medida Provisória tem validade até 30 de junho deste ano, e que a companhia vai aguardar os desdobramentos dela. “Certamente isso vai gerar muita discussão, tanto via as empresas e em entidades de classe quanto na questão do processo legislativo”, completou.

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Já Roberto Monteiro, presidente da Prio, destacou que vai acompanhar de perto o direcionamento da MP.

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“A realidade é que não existe muito o que falar. Tiveram várias reações sobre a tributação, mas é óbvio que fazer uma tributação de 9,2% na nossa receita não é favorável ao nosso investimento. […] Nossos projetos são robustos, sempre trabalhamos com um preço de petróleo bem conservador, pensando em uma grande volatilidade no preço de petróleo, como já aconteceu na época da covid-19, por exemplo. Tudo o que a gente leu é igual ao que vocês [investidores] leram, aparentemente é uma coisa temporária, mas temos que ver como isso evolui daqui para a frente”, afirmou Roberto Monteiro, presidente da Prio.

Na avaliação dos analistas do BTG Pactual, Pedro Soares e Thiago Duarte, a companhia será a mais afetada no setor pela medida. Os analistas calculam que, caso dure os quatro meses previstos, o Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia deve sofrer uma baixa de US$ 64 milhões, visto que 100% da produção da Prio é exportada

Resultados 4T22 Prio 

A Prio registrou lucro líquido de US$ 189,8 milhões no quarto trimestre de 2022, alta de 19% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O destaque do resultado foi a queda de 27% do “lifting cost” (custo de extração), saindo de US$ 11,8 por barril para US$ 8,6 por barril. De acordo com a petroleira, foi o menor valor de lifting cost já registrado.

O Ebitda da companhia caiu 23%, chegando a US$ 168,7 milhões. Já a receita líquida somou R$ 760,8 milhões no ciclo, crescimento de 3,9% na comparação com igual etapa de 2021.

A Prio explicou, ainda, que a quantidade de barris vendidos no período foi afetada por um aumento no custo de frete marítimo, gerado, principalmente, pela imposição do “price cap” sobre o óleo russo.

“Por isso, em dezembro, a companhia decidiu vender um volume significativamente inferior à sua produção e contratou capacidade externa de estoque para 2 milhões de barris nas Ilhas Virgens Americanas, que foram vendidos no primeiro trimestre de 2023”, disse a petroleira.

Nesta semana, a companhia iniciou a produção no poço MUP5, no Campo de Frade, localizado na Bacia de Campos. Com a entrada em operação, a Prio projeta que a entrada em operação do poço pode elevar em 25% a produção do campo de Frade e da petroleira em 10%.

O MUP5 é o terceiro maior poço produtor do plano de revitalização de Frade, com operação antecipada em um ano com relação ao projeto inicial e custo total de R$ 50 milhões.

A petroleira ressaltou ainda que segue “executando à risca” sua estratégia de aquisição e revitalização de campos maduros, “com busca incessante por maior eficiência operacional e menor custo de produção”.