A ISA Cteep teve reiterada sua capacidade crédito e em honrar seus compromissos financeiros pela Fitch Ratings, que manteve o rating nacional de longo prazo da transmissora em ‘AAA(bra)’, com perspectiva estável. Essa é a maior nota na escala da agência de classificação de riscos.
Os analistas Lucas Rios, Ricardo de Carvalho e Wellington Senter destacam que a nota reflete os projetos de reforços e melhorias nas linhas de transmissão e o prazo das concessões da companhia, que devem compensar as perdas com Rede Básica Sistema Existente (RBSE).
No relatório, a agência afirma que a ISA Cteep tem uma receita da rede básica estimada em cerca de R$ 2 bilhões para os anos de 2023 e 2024, quando dois projetos devem entrar em operação, incrementando a Receita Anual Permitida (RAP) consolidada da companhia.
Os analistas também destacaram que a empresa conta investimentos já aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em reforços e melhorias na rede até 2027, o que deve incrementar a RAP nos próximos anos, oferecendo uma rentabilidade maior do que os projetos greenfield [novos].
As receitas adicionais, provenientes de novos ativos já assegurados pela transmissora, assim como o desenvolvimento e a construção, devem resultar em recomposição pela empresa de mais da metade da indenização da Rede Básica Sistema Existente (RBSE), e que havia criado uma redução dos recebimentos no curto prazo, conforme previsão da Fitch.
O pagamento da RBSE vai até 2028, uma indenização que a Aneel paga às transmissoras por investimentos feitos em ativos antigos ainda não amortizados e que tiveram a concessão renovada. Um possível recálculo do RBSE voltou a ser discutido na Aneel em julho de 2022 e pode trazer perdas econômicas relevantes em alguns casos.
Em 2022, outro relatório da agência de classificação estimou perdas de R$ 900 milhões para a ISA Cteep. O impacto no caixa se daria a partir de 2025, sem pressionar os indicadores de alavancagem financeira neste momento. Em teleconferência de resultados, Rui Chammas, presidente da companhia, afirmou que a transmissora mantinha “discussões construtivas” com a autarquia.
Outro apontamento da Fitch é o longo prazo das concessões, já que a ISA Cteep tem apenas uma com vencimento em 2027. “A exposição à concentração e perda futura de receita deve ser paulatinamente reduzida, à medida que a empresa avança na execução de seus projetos”, conclui os analistas.