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Rescisões de grandes clientes afetaram preço médio da Eletrobras no 3º tri

O preço médio de venda de energia da Eletrobras nos próximos anos foi pressionado no terceiro trimestre do ano por rescisões de contratos com grandes consumidores que tinham a tarifa parcialmente destinada a fundos setoriais, nos termos de uma lei de 2015. Segundo executivos da companhia, até o início de 2024, a empresa espera "limpar" seu balanço desses efeitos, entregando um desenho condizente com a realidade dos seus contratos.

Close-up image of business partners working with financial documents
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O preço médio de venda de energia da Eletrobras nos próximos anos foi pressionado no terceiro trimestre do ano por rescisões de contratos com grandes consumidores que tinham a tarifa parcialmente destinada a fundos setoriais, nos termos de uma lei de 2015. Segundo executivos da companhia, até o início de 2024, a empresa espera “limpar” seu balanço desses efeitos, entregando um desenho condizente com a realidade dos seus contratos.

A ex-estatal informou que o preço médio de energia vendida no terceiro trimestre de 2023 foi de R$ 186/MWh, 13% abaixo do mesmo período do ano passado, de R$ 214,73/MWh.

Embora o balanço mostre uma redução do preço de venda, na prática, para o caixa da companhia o efeito quase não foi sentido, porque esses contratos rescindidos tinham sido firmados nos termos da Lei 13.182/2015, que permitiu as controladas Chesf e Furnas prorrogarem contratos de suprimento a clientes industriais, mas definiu que pelo menos 50% dos recursos seria destinado ao Fundo de Energia do Nordeste e ao Fundo de Energia do Sudeste e do Centro-Oeste. 

De acordo com Ivan Monteiro, presidente da Eletrobras, a tarifa desses clientes era um pouco superior a R$ 200/MWh, mas a empresa ficava com menos de R$ 100/MWh, devido ao bloqueio de recursos nos fundos setoriais, voltados para investimentos regionais.

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“Alguns desses clientes pediram para sair desses contratos, e nós tivemos que correr atrás de vender essa energia, dado que esse volume estaria disponível de 2024 em diante”, explicou Monteiro, em teleconferência sobre os resultados do trimestre.

O preço de venda não foi muito diferente do que a Eletrobras efetivamente recebia nesses contratos, mas, para fins de preço médio contabilizado em balanço, houve a retração nos valores. 

“Parte da energia ficou com a gente”

Nesse processo de rescisão contratual, que era uma prerrogativa da lei de 2015, a Eletrobras negociou com esses grandes clientes a venda de energia. “Obviamente eles têm suas estratégias de compra de energia, alguns foram para autoprodução, outros para PPA corporativo, mas parte da energia ficou com a gente”, disse Italo Freiras, vice-presidente de Comercialização da companhia.

Como a maior parte dos contratos já foi desfeita, os efeitos no balanço da companhia devem ficar neutros no próximo ano. “É um assunto prioritário, não dá para cravar que vamos fazer esse ano, mas é assunto prioritário, toda nossa energia colocada nessa linha de racionalização e busca de eficiência”, disse Monteiro. 

Busca por eficiência

No terceiro trimestre do ano, o resultado da Eletrobras foi marcado pela redução de custos, refletindo medidas como os programas de demissão voluntária implementados nos últimos anos. Os gastos recorrentes com Pessoal, Material, Serviços e Outros (PMSO), por sua vez, recuaram 14% no trimestre, a R$ 1,68 bilhão. 

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Segundo Ivan Monteiro, a empresa ainda está longe do nível de eficiência desejado, considerando os seus principais concorrentes, e tem espaço para melhorar.

“Todas as iniciativas que estão em andamento serão aprofundadas”, contou. Na próxima semana, serão finalizadas as conversas sobre o orçamento proposto para 2024. “Pode ter certeza que, nessa linha em particular, vamos perseguir uma melhoria contínua da eficiência da companhia, com tudo aquilo que você conhece que já temos praticado”, disse.