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Sem licença e com greve no Ibama, Prio traça planos para não ter prejuízo em Wahoo

A greve iniciada em janeiro pelos servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) pode prorrogar os planos da Prio (antiga Petro Rio) na exploração de poços do campo de Wahoo. Se o licenciamento não sair até o final de março, a companhia traça outros planos para o campo.

Sem licença e com greve no Ibama, Prio traça planos para não ter prejuízo em Wahoo

A greve iniciada em janeiro pelos servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) pode prorrogar os planos da Prio (antiga Petro Rio) na exploração de poços do campo de Wahoo. Se o licenciamento não sair até o final de março, a companhia traça outros planos para o campo.

A empresa está com dois pedidos de licenciamento ambiental para o campo, sendo uma para a instalação de linhas submarinas e outra para a perfuração de quatro poços (que determina o volume de produção). A licença para instalação das linhas determina a data do primeiro óleo, que era aguardado no primeiro semestre.

“O mês de março é muito importante para a gente. Hoje, se o processo começa a andar, começa a sair, hoje a gente teria pouquíssimas adequações a fazer. Passando o mês de março é que a gente vai começar a trabalhar em cima de outros planos e assim por diante”, disse o CEO da Prio Roberto Monteiro, em teleconferência de resultados.

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Em fevereiro, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) publicou uma nota sobre a greve dos cerca de 1,2 mil servidores do órgão ambiental destacando preocupação nos licenciamentos para empreendimentos relevantes, inclusive aqueles que já possuem equipamentos mobilizados – como sondas de perfuração e plataformas de produção, e como é o caso da Prio – e apontando investimentos acima de R$ 100 bilhões em mais de 20 novas plataformas no Brasil até 2028, para produção de petróleo e gás.

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Em um cenário de licenciamento para curto prazo, a empresa não vê prejuízos. Depois disso, a Prio negocia com a McDemott, empresa que fornecerá o barco para a instalação do pipeline de Wahoo para inverter a ordem de execução com outra empresa na África e depois, tendo a licença, retornaria ao Brasil para a execução do projeto em setembro.

“Não é o que a gente queira, mas é uma possibilidade que já está na mesa para ser feita, diante de como essa questão do Ibama se arrastar. Fora isso, tem várias outras oportunidades que a gente fica buscando, que pode ser no meio do caminho e alguma coisa assim, parado, a gente não fica. Hoje, a gente tem o plano A, B e C montado em casa. Vamos nesse caminho”, explicou Francilmar Fernandes, diretor de Operações da petroleira.

O campo de Wahoo tem investimento (Capex) previsto de US$ 830 milhões, sendo US$ 600 milhões até o primeiro óleo e depois o delta seria injeção de água para etapa subsequente. Até novembro de 2023, a empresa já tinha investimento pouco mais de US$ 400 milhões.

Golfo do México 

Mesmo entendendo que a jurisdição para exploração no Golfo do México é mais fácil e estável e com negócios mais atrativos que no Brasil, a Prio só realizará investimentos na região se houver uma taxa 20% de retorno.

“No Brasil você tem algumas atividades pontuais, a gente já falou de várias delas, mas no Golfo do México tem muito mais frequência, as participações são mais pulverizadas, normalmente, tem muito mais negócio. Agora, o grande ponto é: tem que ter retorno, tem que ter retorno e ponto final”, disse o CEO da companhia.

Resultado

A Prio registrou lucro líquido de US$ 324,2 milhões no quarto trimestre de 2023, alta de 71% na comparação com o mesmo período de 2022. No ano, o lucro supera R$ 1,08 bilhão, crescimento de 53% frente ao resultado do ano anterior.

O Ebitda atingiu US$ 509,3 milhões, alta de 202% no 4T23 e de US$ 1,8 bilhão no ano, crescimento de 95% na comparação com 2022.

Dentre os principais resultados operacionais, a empresa destaca que sua produção média atingiu 88 kbpd em 2023. O volume produzido em Frade aumento em 117% na comparação com 2022 e 72% na comparação com o 4T22.

Já cluster Polvo e TBMT, o volume produzido no ano foi 4% menor que o registrado em 2022 dada a parada programada para manutenção de 8 dias realizada em março. Em Albacora Leste no 4T23 foi 5% acima do valor registrado no ano anterior.

De outubro a dezembro, a Prio realizou a venda de 8,4 milhões de barris, sendo 4,8 milhões de Frade, 1,8 milhões no cluster Polvo e TBMT, e 1,8 milhões em Albacora Leste. O preço médio bruto de venda foi de US$ 77,39, redução de 9% na comparação com o mesmo período de 2022 dado, principalmente, a redução da cotação do Brent.