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Setor nuclear vai ao MME cobrar uma 'sinalização política clara' sobre a Eletronuclear

Representantes da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan) estarão reunidos nesta terça-feira, 2 de abril, com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Arthur Valério, para pedir uma sinalização política clara para o segmento no Brasil. Na pauta estão a prorrogação da vida útil da usina termonuclear de Angra 1 e a retomada das obras de Angra 3. “O que falta é definição das obras de Angra 3 e um maior envolvimento do ministério com a extensão de vida da usina de Angra 1. Os CEOs envolvidos com isso, tanto da Eletronuclear quanto da ENBPar, estão trabalhando para que isso aconteça. Contudo, o governo precisa fazer sua parte e dar sinalizações mais forte do que está fazendo”, disse à MegaWhat Celso Cunha, presidente da Abdan.

Setor nuclear vai ao MME cobrar uma 'sinalização política clara' sobre a Eletronuclear

Representantes da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan) estarão reunidos nesta terça-feira, 2 de abril, com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Arthur Valério, para pedir uma sinalização política clara para o segmento no Brasil. Na pauta estão a prorrogação da vida útil da usina termonuclear de Angra 1 e a retomada das obras de Angra 3.

“O que falta é definição das obras de Angra 3 e um maior envolvimento do ministério com a extensão de vida da usina de Angra 1. Os CEOs envolvidos com isso, tanto da Eletronuclear quanto da ENBPar, estão trabalhando para que isso aconteça. Contudo, o governo precisa fazer sua parte e dar sinalizações mais forte do que está fazendo”, disse à MegaWhat Celso Cunha, presidente da Abdan.

Para terminar a obra da usina de Angra 3, serão necessários cerca de R$ 20 bilhões, incluídos os custos com combustível, e outro montante significativo será necessário para a extensão da vida útil de Angra 1.

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“O governo precisa desatar esse nó. Todos os trabalhos e análises que precisavam ser feitos estão prontos e depende agora do Ministério de Minas e Energia encaminhar”, contou Cunha, que complementou que esses montantes previstos, inicialmente, virão do mercado.

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Sem essa sinalização, o risco é que o governo tenha que arcar com esse montante. “Fora o fato de que a Eletronuclerar, a ENBPar e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) terão que voltar a ser empresas dependentes do Tesouro e voltam para o caixa da União, que terá que pagar essa conta toda, sem contar o risco jurídico e econômico que é imenso neste momento”, declarou o presidente da Abdan.

A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) iniciou as operações em 4 de janeiro de 2022, sendo uma estatal criada no âmbito do processo de privatização da Eletrobras, sendo responsável pelo controle da Eletronuclear e pela parte brasileira da hidrelétrica de Itaipu. Além disso, é responsável pela gestão de políticas públicas como o Luz Para Todos, o Mais Luz para a Amazônia, contratos do Proinfa e ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). 

Saúde financeira da Eletronuclear

Em depoimentos recentes, o diretor-presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite, tem destacado o “estresse” no caixa da companhia e as estratégias para a adequação da situação econômico-financeira para que projetos considerados prioritários, incluindo a conclusão de obras da usina nuclear de Angra 3 e a extensão de vida de Angra 1, sejam colocados em prática em 2024.

A companhia tem uma projeção de déficit em torno de R$ 1,43 bilhão, conforme dados do relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quinto bimestre de 2023, elaborado pelo Poder Executivo, divulgados em setembro. Neste período, a companhia registrou um lucro líquido de aproximadamente R$ 886,7 milhões, derivados principalmente das usinas Angra 1 e 2.

Após a publicação do relatório, a Eletronuclear afirmou, em nota, que o resultado primário “não refletia adequadamente” sua situação financeira e que, de 2009 até 2022, a empresa, como parte do grupo Eletrobras, estava isenta de incluir as estatísticas fiscais nas metas de resultado primário, conforme definido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

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