A Thymos Energia lançou nesta quarta-feira, 24 de janeiro, seu novo braço que será voltado para assessoria de serviços do mercado de M&A de energia, project finance, corporate finance e intermediações de negócios. Segundo Alexandre Viana, COO do grupo Thymos, o novo braço precisava surgir para “aproveitar os investimentos futuros previstos no setor elétrico”.
Com a abertura do mercado e a expansão da transmissão, a Thymos Capital pode aproveitar essas “janelas de oportunidades de negócios”. André Fonseca, managing director do novo braço da Thymos, afirma que o cenário de expansão das energias renováveis no Brasil pode despertar o interesse de investidores internacionais que buscam a descarbonização de suas atividades, principalmente as petroleiras globais.
“A abertura de mercado é um tema frequente na Thymos. Muitos players estão observando, não só players de energia, mas também aqueles com atuação no varejo. [A gente tem visto] empresas de varejos querendo entender o mercado, geradoras se movimentando para ter PPA mais alto e tem ainda as comercializadoras […]”, destaca André Fonseca.
De acordo com a consultoria, os clientes integrantes desse novo mercado tendem a ter espaço para margens brutas mais elevadas num primeiro momento, entretanto exigirão um alto nível de flexibilidade nos produtos ofertados e uma digitalização do setor.
Além disso, o leilão de transmissão previsto para março deste ano, cujo edital está em fase de consulta pública, pode bater recordes de investimento, como visto anteriormente nos últimos certames. Nos próximos dez anos, o volume de investimentos nessa área deve chegar a R$ 158,3 bilhões, de forma a viabilizar uma expansão de 23% da malha nacional para 220 mil quilômetros, de acordo com estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) citadas pela Thymos Capital.
Outro leilão previsto para ocorrer em 2024 é o reserva de capacidade. Conforme projeção elaborada pela Thymos Energia, os próximos certames da modalidade podem movimentar cerca de R$ 50 bilhões até 2030 para o atendimento do segmento de reserva de energia.
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“Os leilões de capacidade podem trazer oportunidades para novos projetos e para usinas existentes serem recontratadas e não serem desmobilizadas”, destaca Fonseca, que lembra a contratação compulsória de 8 GW de usinas termelétricas movidas a gás natural, prevista na lei que permitiu a privatização da Eletrobras.
A contratação ainda demandará a construção de gasodutos, realizada por meio de leilões específicos, na modalidade de reserva de capacidade, permitindo que projetos apresentem um nível mínimo de inflexibilidade de 70%.