Economia e Política

Financiamento para infraestrutura resiliente às mudanças climáticas entra na pauta do G20

O Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura da Trilha de Finanças do G20, apresentou, em reunião com membros, realizada na última semana, quatro propostas sobre o tema, incluindo o ‘Financiamento à Infraestrutura Resiliente às Mudanças Climáticas’. Responsável por liderar o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, o Brasil assumiu a equipe em 1° de dezembro e comandará até 30 de novembro de 2024.

Financiamento para infraestrutura resiliente às mudanças climáticas entra na pauta do G20

O Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura da Trilha de Finanças do G20, apresentou, em reunião com membros, realizada na última semana, quatro propostas sobre o tema, incluindo o ‘Financiamento à Infraestrutura Resiliente às Mudanças Climáticas’. Responsável por liderar o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, o Brasil assumiu a equipe em 1° de dezembro e comandará até 30 de novembro de 2024.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o debate sobre uma linha de crédito busca endereçar a preocupação dos países em adaptar suas infraestruturas para poderem lidar com efeitos climáticos extremos. No encontro, os membros conversaram sobre formas para custear essas alterações na infraestrutura.

“Vamos colher experiências de diferentes países e sistematizar o conhecimento técnico para identificar as soluções mais eficientes possíveis e quais são as melhores práticas no mundo dentro desse contexto”, afirmou coordenador do GT, Marden Barboza, especialista em políticas públicas e gestão governamental da pasta. 

>>  PSR Explica: Como aumentar a resiliência das redes em meio às mudanças climáticas.  

Outra ação, trata da mitigação do risco cambial em projetos de infraestrutura. Barboza salienta que investidores, principalmente os privados, têm apetite para investir em países como o Brasil, contudo, quando se deparam com a possibilidade da desvalorização cambial frente à repatriação de recursos, ficam “desmotivados”.

“O debate é: de que modo os países podem buscar soluções para aplacar o risco cambial e fazer com que economias emergentes, com alta volatilidade cambial, possam atrair capital privado. O governo brasileiro tem pensado em diversas saídas para isso, mas queremos um olhar e uma colaboração dos bancos multilaterais de desenvolvimento, provendo mecanismos financeiros para alocar melhor esse risco”, destacou

O tema da Integração Transfronteiriça também é visto pelo GT como oportunidade de reunir a expertise dos países envolvidos e explorar o desenvolvimento de áreas de fronteira, com foco em soluções além da questão geográfica, como rodovias e equipamentos públicos.

Outra ação chamada de Infraestrutura e Redução de Pobreza foi apresentada ao grupo e busca reduzir a vulnerabilidade social.

Bancos Multilaterais

Para Marden Barboza, as propostas elencadas no GT são compatíveis com a agenda brasileira de parcerias público-privadas, concessões e atração de investimentos privados.

Segundo Barboza, o GT tem procurado formas de mobilizar o capital de bancos multilaterais de desenvolvimento, como o Banco Mundial e Interamericano, que têm entre acionistas os países do G20. Na sua avaliação, as entidades financeiras podem ser úteis na prestação de assistência técnica para iniciativas de captação de recursos.

“O debate é importante porque os países têm condições de influir nos rumos desses bancos multilaterais, que são grandes financiadores de projetos de infraestrutura por conta das suas características que, em geral, envolvem projetos de longo prazo, com certo grau de risco. Entes multilaterais de desenvolvimento acabam provendo soluções que muitas vezes os bancos locais e o mercado de capital do país não conseguem entregar”, avaliou Barboza.

Ao longo do ano, o GT prevê mais três encontros para avançar nas propostas. A próxima reunião está prevista para os dias 4 e 5 de abril.