Os países do G20 preparam um roadmap para financiamento da transição energética global – que, segundo estimativas do grupo, deve demandar US$ 4,5 trilhões por ano. Em 2022, entretanto, o investimento teria ficado em US$ 1,8 trilhão.
“Estamos bem longe desse patamar [de US$ 4,5 trilhões por ano]. Estamos melhorando ano após ano, mas muito abaixo do que precisa”, reconhece a coordenadora do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 e assessora especial do Ministério de Minas e Energia, Mariana Espécie.
Além do volume abaixo do necessário, outro desafio é distribuir os investimentos entre os diversos países do globo, conta a especialista. “Há concentração da distribuição desses recursos, principalmente nos países desenvolvidos e a China, que vai acabar atraindo muitos desse capital”, disse Mariana Espécie após o primeiro Diálogo G20 – Transições Energéticas, realizado nesta quarta-feira, 14 de agosto, no Rio de Janeiro.
Para indicar formas de ampliar e distribuir os investimentos a nível global, o G20 está mapeando trajetórias e oportunidades que os países devem observar para viabilizar os investimentos na transição energética. “É um dos primeiros esforços globais para tentar minimizar essas assimetrias na distribuição desses recursos globalmente”, diz Espécie.
Segundo o estudo, considerando o contexto de cada país, as soluções podem incluir empréstimos concessionais, atuação do setor privado ou mesmo doações. “Há uma mescla dessas oportunidades de investimento que estão sendo consideradas neste documento”, explicou Mariana Espécie.
Os resultados do estudo serão apresentados na Reunião Ministerial de Transições Energéticas do G20, na cidade de Foz do Iguaçu, entre os dias 1 e 3 de outubro.
Sobre o G20
O G20 é composto por Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia. Desde 2008, os países revezam-se na presidência. Essa é a primeira vez que o Brasil preside o G20 no atual formato.
Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos) global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial. Os países representam também quase 80% das emissões globais de gases de efeito estufa decorrentes do setor de energia.
Com informações da Agência Brasil