Enauta propõe combinação de negócios à 3R, que suspende diligências com PetroReconcavo

A 3R Petroleum comunicou o recebimento de carta da Enauta com proposta de combinação de negócios. Com isso, a 3R Petroleum suspenderá as diligências em curso desde janeiro para possível combinação de negócios com a PetroReconcavo. A exclusividade na tratativa foi uma exigência da Enauta, que também propôs um prazo de 30 dias para a conclusão do negócio.

O prazo passa a contar a partir da confirmação pela 3R de iniciar as tratativas, o que ocorreu nesta segunda-feira, 1º de abril – mesmo dia de recebimento da carta.

Na proposta, a Enauta oferece incorporação de ações da Enauta pela 3R Petroleum e emissão de novas ações da 3R e troca por ações da Enauta, resultando em nova empresa com composição do capital social de 53% dos atuais acionistas da 3R e 47% dos atuais acionistas da Enauta, representando prêmio aos acionistas da 3R de 12% do valor de mercado.

“O prêmio proposto aos acionistas da 3R está associado ao volume superior de reservas certificadas da empresa, sua complementaridade com as reservas da Enauta e a capacidade da empresa resultante de acelerar seu desenvolvimento”, diz a carta da Enauta.

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Na avaliação da proponente, a integração poderá criar uma empresa com “portfólio diversificado, balanceado e de alto crescimento nos próximos cinco anos”, com produção potencial superior a 100 mil barris de óleo equivalente por dia e reservas operadas superiores a 770 milhões de barris. Além disso, a Enauta menciona o crescimento projetado pelas empresas nos próximos cinco anos, a otimização de campanhas de workover e perfuração, apoio logístico e otimizações na comercialização. A oferta de óleo com baixo teor de enxofre e de gás não-associado também é apontada como vantagem no negócio. Também são mencionadas complementaridades de equipes e sinergias financeiras e de governança.

Assim, a Enauta avalia que sua oferta é mais vantajosa para a 3R do que a combinação de negócios com a PetroReconcavo, proposta pelo acionista Maha Energy após aquisição de 5% das ações da 3R, em janeiro.

“A combinação das operações entre Enauta e 3R caracteriza uma transação superior àquela apresentada pela Maha Energy em carta pública aos acionistas da 3R, seja pelo posicionamento estratégico da empresa resultante, pela complementaridade de governança, pelo elevado volume de sinergias quantificáveis e pelo ponto de vista de diversificação a riscos”, diz a carta.

A Enauta também avalia que “os resultados serão compartilhados de forma rápida e objetiva por todos os acionistas de ambas as empresas sem que essa união inviabilize, no futuro, após a conclusão da operação, a busca das sinergias operacionais identificadas pela marra em otimizações junto à Petro Recôncavo outros operadores”.

Sobre as diligências entre 3R Petroleum e PetroReconcavo

Em janeiro, a Maha Energy adquiriu 5% das ações da 3R Petroleum, e propôs combinação de negócios com a PetroReconcavo. Também foram sugeridas mudanças no Conselho da 3R Petroleum, que foram aceitas em assembleia em março.

Segundo a proposta inicial da Maha Energy, a aprovação dos termos entre as partes ocorreria até o final do segundo trimestre, para finalização da transação junto a credores e autoridades até o terceiro trimestre do ano. Entretanto, as empresas não confirmaram um prazo para fim das negociações.

As empresas entraram em diligências, com a contratação de assessorias financeiras em ambos os lados. Tanto PetroReconcavo quanto 3R Petroleum declararam ver “mérito” na proposta, mas ainda não havia nenhuma definição a respeito do negócio.

Em teleconferência com acionistas por ocasião dos resultados do quarto trimestre de 2023, o presidente da 3R Petroleum, Matheus Dias, declarou que pretendia acelerar as tratativas, pois um processo de fusão sem prazo definido atrapalharia os planos de ambos os lados. Mesmo assim, as empresas declararam que não consideravam a fusão em seus planos futuros.