Negócios

Leilão de transmissão deve ter forte concorrência, mesmo com mudança em edital

Leilão de transmissão deve ter forte concorrência, mesmo com mudança em edital

(Com Camila Maia)

O próximo leilão de linhas de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), marcado para esta quinta-feira, 17 de dezembro, na B3, em São Paulo, deve registrar forte competição entre os participantes, apesar da mudança no edital do certame, que agora obriga que o vencedor do lote permaneça com o ativo até o início de operação do empreendimento. Na opinião de especialistas consultados pela MegaWhat, a alteração na regra não afetará a atratividade da licitação, principalmente por parte das grandes transmissoras de energia.

“A expectativa é boa, com um leilão bastante concorrido”, afirmou Fabiano Gallo, especialista em energia do escritório Campos Mello Advogados, à MegaWhat. Ele lembra que este é o único leilão de transmissão do ano, o que deve ampliar a competição entre os agentes.

André Fonseca, consultor da Thymos Energia, também prevê forte nível de concorrência. Segundo ele, a alteração da regra não afeta os planos e estratégias dos grandes grupos que investem em transmissão no país. “O leilão vai continuar com o mesmo nível de competição”, afirmou Fonseca, à MegaWhat.

Outro fator positivo destacado pelo especialista é o excesso de liquidez no mercado de capitais, que pode favorecer o financiamento dos projetos arrematados no leilão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

Nessa linha, a agência de classificação de riscos Moody’s destacou que as alternativas de financiamento de longo prazo existentes a custos razoáveis justificam o apetite dos investidores. A empresa prevê forte concorrência no certame e financiamento dos empreendimentos pelo mercado doméstico.

Já o Credit Suisse espera que o leilão tenha taxas de retorno mais apertadas que nos últimos certames, deixando menos espaço para lances competitivos e deságios muito elevados. Em relatório, os analistas Carolina Carneiro, Rafael Nagano e João Rodrigues indicam que a relação entre a receita anual permitida (RAP) máxima e o capex estimado dos investimentos está em cerca de 14% para o leilão, um nível considerado bom, mas menor que o dos certames anteriores, quando chegava a 17%.

Gallo, do Campos Mello Advogados, também prevê que os deságios do próximo leilão sejam menores, em relação às licitações anteriores.

Na última semana, o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Neoenergia, Leonardo Gadelha, afirmou que a aquisição da CEB Distribuição no início deste mês não afeta a estratégia do grupo para o leilão de transmissão.

O leilão vai ofertar 11 lotes, com um total de quase 2 mil km de linhas de transmissão e investimentos estimados em R$ 7,3 bilhões.

Matéria bloqueada. Assine para ler!
Escolha uma opção de assinatura.