A Petrobras avalia que há um aumento na sua demanda por serviços da indústria naval e de metal-mecânica, que deve ter um pico em 2024. A razão para o aumento dos contratos está nas encomendas para “topsides” (módulos de FPSO e de plataformas semissubmersíveis) e para o descomissionamento de embarcações mais antigas. A demanda projetada para 2024 se aproxima de 80 novos módulos, enquanto para 2023 o volume é inferior a 40 módulos.
Recentemente, a Petrobras concluiu o leilão de descomissionamento da P-32 e planeja descomissionar mais 25 embarcações até 2027, em um investimento de US$ 9,8 bilhões só para essa atividade. Desde dezembro de 2022, a empresa iniciou a operação em três novos FPSOs (P-71, Anna Nery e Almirante Barroso) e mais 17 plataformas flutuantes devem entrar em operação até 2027. A companhia ainda planeja a utilização de 27 novas embarcações entre 2028 e 2030.
A alta demanda projetada levou a petroleira a estudar sua apresentação de ofertas ao mercado. Segundo o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, a companhia está sendo “cuidadosa” em suas ofertas para “não entregar mais do que o que a indústria consegue atender”, de forma a evitar encomendas não entregues, e pelas quais as fornecedoras acabam não recebendo, provocando um ciclo danoso na economia do setor.
De acordo com o executivo, a companhia tem calibrado suas ofertas por meio de RFIs (Request for Information, na sigla em inglês), em que verifica o interesse e a capacidade de absorção do mercado. Se o RFI indica que poucas empresas têm capacidade de atender a demanda, por exemplo, aquele contrato é dividido em ofertas menores, para que mais empresas possam concorrer e haja maior competitividade.
“Se uma empresa tem capacidade de atender todo aquele bloco de contratos, ela também pode absorver”, complementou Travassos. Outra forma de apoio aos fornecedores mencionada pelo executivo é a comissão criada com o BNDES, que inclui um grupo de trabalho voltado especialmente para o desenvolvimento da cadeia de óleo e gás.
As declarações de Carlos Travassos foram feitas em conversa com jornalistas durante o lançamento do Anuário de Petróleo no Rio 2023 da Firjan, no dia 11 de julho.