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Venda da Celg D marca guinada estratégica da Enel; Equatorial adquire sua distribuidora menos complexa

A venda da Enel Goiás (antiga Celg D) para a Equatorial Energia, anunciada nesta sexta-feira, 23 de setembro, está em linha com a nova estratégia do grupo italiano Enel de ampliar investimentos em eletrificação, com destaque para mobilidade elétrica, geração distribuída (GD) e armazenamento de energia, pilares que deverão ser ressaltados no próximo plano de negócios da gigante energética, a ser anunciado no fim deste ano. Apesar da venda de um ativo importante no Brasil, a Enel pretende manter ou ampliar o nível de investimentos no país. "A agenda de investimentos no Brasil vai ficar forte. O pilar estratégico do qual já falamos, mas que está amadurecendo, é o pilar da mobilidade elétrica, tanto transporte público, quanto transporte particular, estrutura de carregamento [...]. Temos que transformar o parque de transporte do país”, destacou Nicola Cotugno, country manager da Enel Brasil, ressaltando a importância de combater os efeitos do fenômeno de mudança climática no planeta.

Venda da Celg D marca guinada estratégica da Enel; Equatorial adquire sua distribuidora menos complexa

A venda da Enel Goiás (antiga Celg D) para a Equatorial Energia, anunciada nesta sexta-feira, 23 de setembro, está em linha com a nova estratégia do grupo italiano Enel de ampliar investimentos em eletrificação, com destaque para mobilidade elétrica, geração distribuída (GD) e armazenamento de energia, pilares que deverão ser ressaltados no próximo plano de negócios da gigante energética, a ser anunciado no fim deste ano. Apesar da venda de um ativo importante no Brasil, a Enel pretende manter ou ampliar o nível de investimentos no país.

“A agenda de investimentos no Brasil vai ficar forte. O pilar estratégico do qual já falamos, mas que está amadurecendo, é o pilar da mobilidade elétrica, tanto transporte público, quanto transporte particular, estrutura de carregamento […]. Temos que transformar o parque de transporte do país”, destacou Nicola Cotugno, country manager da Enel Brasil, ressaltando a importância de combater os efeitos do fenômeno de mudança climática no planeta.

Mesmo com a intensificação da agenda de investimentos em mobilidade elétrica, a Enel não pretende se desfazer de seus demais ativos de distribuição no Brasil: Enel São Paulo (antiga Eletropaulo), adquirida no fim de 2018, Enel Rio e Enel Ceará.

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“O motivo [da venda da Enel Goiás] foi para dar mais equilíbrio aos investimentos [da companhia], porém mantendo a distribuição em metrópoles, onde a eletrificação deve ocorrer mais rapidamente”, explicou Cotugno, lembrando que a companhia também opera as redes de distribuição de outras metrópoles sul-americanas, como Santiago, Buenos Aires, Bogotá e Lima.

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O executivo reafirmou que a empresa continuará investindo pesado no Brasil e lembrou que a companhia tem investido cerca de R$ 5 bilhões por ano em geração renovável no país.

Equatorial

O diretor presidente da Equatorial, Augusto Miranda, destacou que, mesmo com gargalos existentes, o mercado de Goiás tem crescido acima da média nacional há alguns anos. Além disso, ele ressaltou que a proximidade com a próxima revisão tarifária periódica da distribuidora, em outubro de 2023, gera um potencial de “crescimento expressivo” do Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Celg D.

O executivo afirmou ainda que a empresa, que será a sétima distribuidora da Equatorial e aumentará em 30% a carteira de clientes de distribuição do grupo, é a que possui menor complexidade comercial em comparação com as outras distribuidoras da holding. Na mesma linha, o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Equatorial, Leonardo Tavares de Lima, pontuou que, pela primeira vez, a Equatorial está adquirindo uma distribuidora com patrimônio líquido positivo.

O Credit Suisse considerou a operação positiva para a Equatorial Energia. Nesse sentido, o mercado reagiu fortemente à notícia. Às 14h26, as ações da Equatorial eram negociadas com alta de 7,87%, negociadas a R$ 27,00.

A Ativa Investimentos, por sua vez, lembrou que a aquisição marca a entrada da companhia no negócio de distribuição no Centro-Oeste. “Pelos valores envolvidos, acreditamos que a aquisição seja positiva para a Equatorial em função de sua atratividade. Ainda assim, em um primeiro momento, o movimento aumenta a alavancagem da empresa, o que pode ser interpretado negativamente pelo mercado, sobretudo diante do momento atual que envolve alto custo de capital e inflação, o que pode dificultar a absorção de sinergias e demais avanços operacionais e financeiros da operação durante os próximos trimestres”, acrescentou a casa de análise, não descartado a possibilidade de a Equatorial ir a mercado captar recursos via dívida ou equity.

Conclusão até o fim do ano

Segundo Cotugno, a operação deve ser concluída em alguns meses, provavelmente até o fim deste ano, após as aprovações pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Quando isso ocorrer, a Enel Brasil passará a ficar com um total de aproximadamente 15 milhões de clientes na área de distribuição, considerando as distribuidoras de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

A Enel Goiás atende 3,3 milhões de clientes, em 237 municípios no estado de Goiás, com uma área de concessão de 337 mil km2.