O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o programa Nova Indústria Brasil, anunciado pelo governo federal, é um “empacotamento” de iniciativas divulgadas ao longo de 2023.
“Às vezes, o governo empacota uma coisa que já está acontecendo, com as novidades do ano e dá um nome para a coisa mais emblemático, mas quando você vê, essas medidas anunciadas [no programa], foram trabalhadas em 2023 todo, inclusive com o mercado financeiro”, afirmou o ministro em um dos painéis do CEO Conference, evento promovido pelo BTG Pactual entre os dias 6 e 7 de fevereiro.
Sem detalhar prazos, Haddad aproveitou para falar que os R$ 300 bilhões destinado ao programa fazem parte do orçamento contrato e previsto para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O montante foi alvo de críticas e questionamento de diversos setores que temiam um ajuste fiscal do governo para abarcar o valor.
“O BNDES emprestou R$ 72 bilhões no ano passado. [Caso] você pegue [este valor] e multiplique por quatro [chegamos] perto dos R$ 300 bilhões. Eu penso que o BNDES tem apresentado propostas em um caminho justo, [estamos fazendo] críticas e elogios pelo trabalho que a entidade fez e faz para o Brasil. Mercadante está com uma cabeça ótima sobre noção de escala, o que é possível, o que é desejável, de qual é o papel do banco, de onde as oportunidades estão se abrindo e como o banco pode complementar o papel do setor privado”, destacou.
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Desembolsos em 2023
O BNDES informou em novembro que foram desembolsados R$ 75,4 bilhões entre janeiro e setembro de 2023, crescimento de 20% na comparação ao desempenho registrado nos primeiros nove meses de 2022.
Em nota da época, o diretor de Planejamento da entidade, Nelson Barbosa, disse que dos 75,4 bilhões emprestados em 2023, R$ 61,5 bilhões foram com taxa de mercado. “Somente R$ 13,9 bilhões são subsidiados, basicamente o Plano Safra, que não é operado apenas pelo BNDES. Nem todo crédito de banco público é crédito direcionado. Nem todo crédito direcionado é subsidiado. A expansão do BNDES não cria qualquer risco para a redução da taxa de juros”, destacou Barbosa.
Economia brasileira
Ainda no painel do evento do BTG, o ministro da Fazenda afirmou que, apesar da desaceleração dos últimos meses, a economia brasileira deve se expandir pelo menos 2% em 2024.
“Sempre fui otimista, desde o começo do ano passado. Eu não acreditava muito no que estava colocado em perspectiva. Achava que a economia cresceria mais de 2% e a inflação ficaria abaixo de 5%. A economia cresceu até mais do que nós prevíamos”, ressaltou.
