Potência para o SIN

Neoenergia tenta antecipar contrato da UTE Termopernambuco para outubro

O trabalho antecipara Termopernambuco tem se apoiado na relevância e importância da usina para o sistema, ofertando potência e modulando as renováveis.

UTE Termopernambuco/ Crédito:  Divulgação Iberdrola
UTE Termopernambuco/ Crédito: Divulgação Iberdrola

A Neoenergia espera antecipar o contrato da Termopernambuco para outubro deste ano, em uma negociação que envolve o Operador Nacional do Sistema (ONS) e o Ministério de Minas e Energia (MME). O novo contrato da usina só iniciaria em julho de 2026, no contexto do leilão de reserva de capacidade de 2021.

No certame de 2021, foi vendida toda sua capacidade disponível, de 498 MW, ao preço da potência R$ 487.412,70 MW/ano, assegurando a receita fixa de potência de R$ 207 milhões por ano.

O trabalho para conseguir a antecipação tem se apoiado na relevância e importância da usina para o sistema elétrico brasileiro, ofertando potência e modulando as renováveis.

“Afinal, a Termopernambuco tem um protagonismo importante para modular toda a parte de renováveis do Nordeste. Então, isso está avançando bem. E, na parte do gás, também já temos ofertas concretas de fornecedores”, contou o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui em teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2024.

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A Termopernambuco estava inserida no Programa Prioritário de Térmicas (PPT), com capacidade instalada de 533 MW e energia assegurada de 504 MW. A receita da usina foi garantida pelos contratos de energia de longo prazo com Neoenergia Coelba (65 MW) e Neoenergia Pernambuco (390 MW) que duraram até 14 de maio de 2024. No segundo trimestre deste ano, a geração foi de 7 GWh.

Fora do leilão de transmissão de setembro

Capelastegui ressaltou que a companhia ficará de fora do leilão de transmissão de setembro de 2024, considerado pequeno. “Após avaliar os prós e contras, nossa decisão é de não participar. Portanto, não participaremos no leilão de setembro de transmissão”, enfatizou.

Segundo o executivo, o certame prevê três lotes pequenos, nos quais a companhia não é muito competitiva. No caso do lote 1, a análise da Neoenergia apontou que mesmo com outros empreendimentos na região Sul, e o conhecimento, havia questões fundiárias relacionadas.

O leilão marcado para 27 de setembro envolve investimentos da ordem de R$ 3,76 bilhões. Serão ofertados quatro lotes, nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que totalizam 848 quilômetros de novas linhas de transmissão, 1.750 MVA em novas transformações.

Oferta por ativos de transmissão

A Neoenergia espera concluir o ano de 2024 com a entrega de três projetos de transmissão: Itabapoana (leilão dezembro/2018) e Paraíso (leilão junho/2022), ativos já em operação e com liberação de 100% da receita anual permitida (RAP), e do lote Estreito (leilão dezembro/2021) a partir de agosto.  

Com as entregas de transmissão, a empresa prevê “continuar o acordo com o contrato” firmado com a Warrington Investiment, controlada pelo fundo GIC, “colocando esses três lotes já na mesa”.

O acordo foi fechado em abril de 2023 com GIC, que é o Fundo Soberano de Cingapura, que comprou 50% das linhas de transmissão da Neoenergia de um total de dez ativos, sendo que dois foram entregues no primeiro trimestre de 2024.

Resultados

A Neoenergia registrou lucro líquido de R$ 815 milhões no segundo trimestre, com alta de 12% em relação ao mesmo período de 2023, e de R$ 1,9 bilhão no primeiro semestre do ano, em linha com igual período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação) alcançou cerca de R$ 3 bilhões no segundo trimestre, e aproximadamente R$ 6,5 bilhões no primeiro semestre, com variação positiva em relação aos mesmos períodos do ano passado, de 12% e de 3%, respectivamente.

O grupo ainda reportou a execução de um Capex de R$ 4,2 bilhões no primeiro semestre, e de R$ 2,3 bilhões no segundo trimestre. Do total de investimentos verificados no acumulado do ano, R$ 2,4 bilhões foram destinados à melhoria do fornecimento de energia aos 16,5 milhões de clientes das cinco concessionárias: Neoenergia Brasília (DF), Neoenergia Coelba (BA), Neoenergia Cosern (RN), Neoenergia Elektro (SP/MS) e Neoenergia Pernambuco (PE).

Em transmissão, o negócio teve lucro de R$ 140 milhões no segundo trimestre. Houve a entrega dos lotes de Itabapoana (leilão dezembro/2018) e Paraíso (leilão junho/2022), com liberação de 100% da receita anual permitida (RAP).

O período também foi marcado pela entrega parcial do lote Morro do Chapéu (leilão dezembro/2020) com liberação de 47% da RAP, e do lote Estreito (leilão dezembro/2021) com liberação de 33% da RAP.

Mercado

O volume total de energia injetada, incluindo geração distribuída, foi de 21.389 GWh com alta de 8,2% em relação ao mesmo período de 2024. O índice foi influenciado por temperaturas elevadas e crescimento da base de clientes, afirmou a companhia.

Em comparação ao segundo trimestre do ano passado, houve aumento de 304 mil consumidores, em torno de 1,9%, nas cinco concessionárias, totalizando 16,5 milhões de clientes ativos.