Foco em distribuição

Neoenergia segura projetos renováveis e não deve participar do leilão de outubro

Complexo Eólico da Neoenergia - Divulgação
Complexo Eólico da Neoenergia - Divulgação

Os preços de longo prazo, diferenças entre submercados e os cortes de geração de energia (curtailment) apresentam riscos e complexidade para o crescimento da geração renovável da Neoenergia e ficam de fora das expectativas de investimento do grupo no curto prazo para o Brasil.

“Temos um pipeline interessante, mas, enfim, não conseguimos iniciar, portanto, vamos esperar na parte de geração renovável”, disse o CEO da companhia, Eduardo Capelastegui, durante teleconferência de resultados da companhia nesta quarta-feira, 23 de julho.

Em transmissão, a empresa trabalha nas entregas dos projetos conquistados nos últimos certames, e não deve participar da licitação marcada para 31 de outubro.  

Segundo o executivo, a análise dos lotes não identificou retorno financeiro e estratégico adequados, ficando abaixo de um retorno real mínimo de dois dígitos. “Não temos 100% de confirmação, mas a probabilidade é que não participemos no leilão de transmissão que acontecerá no segundo semestre”.

Neoenergia foca em entregas e distribuição

Do leilão de dezembro de 2018, o projeto Guanabara está com 96% das obras concluídas, com expectativa de entrada em operação no terceiro trimestre de 2025, enquanto o Vale do Itajaí já atingiu 92%, e conclusão prevista no segundo semestre do ano.

Em 2020, a empresa conquistou o projeto Morro do Chapéu, com avanço de 98% e conclusão neste semestre, da mesma forma que o Alto Paranaíba, vencido em junho de 2022, com avanço de 88%.

“Vemos mais um trimestre com avanços na construção dos quatro lotes de transmissão restantes e nossa parceria com a GIC é firme, de modo que o plano é negociar com eles a venda de 50% destes ativos após a entrada de operação destes lotes que deve acontecer entre o terceiro e quarto trimestre de 2025”, reforçou Eduardo Capelastegui.

Com as entregas em transmissão, o foco da companhia deve permanecer no crescimento orgânico em distribuição, por meio das suas cinco concessões, com um investimento anual de cerca de R$ 7 bilhões.

“Temos uma demanda de expansão e de qualidade bem interessante”, falou Capelastegui reforçando que a prorrogação dessas concessões confirmarão a robustez e previsibilidade de retorno dos investimentos do grupo.

Até o momento, a empresa obteve a aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a prorrogação da Neoenergia Coelba, na Bahia.

“[A renovação] está avançando bem. Portanto, isso nos anima a continuar focando no crescimento orgânico em distribuição, no nosso carro-chefe”.