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Revisão tarifária ajuda resultado e lucro da Cemig cresce 165,1% no 3º tri

Sede da Cemig em Belo Horizonte (MG)
Sede da Cemig em Belo Horizonte (MG) | Foto: Divulgação

A estatal mineira Cemig teve lucro líquido de R$ 3,28 bilhões no terceiro trimestre de 2024, crescimento de 165,1% na comparação com o resultado do mesmo período do ano passado, quando teve lucro de R$ 1,2 bilhão.

O lucro líquido recorrente, por sua vez, caiu 9,3%, a R$ 1,11 bilhão, afetado pelo aumento dos custos no período.

O crescimento do resultado calculado de acordo com os padrões contábeis internacionais (IFRS) refletiu o ganho de R$ 1,6 bilhão com a venda de ativos, além de R$ 1,52 bilhão do resultado da revisão tarifária periódica da distribuidora realizada ano passado, quando sua base de remuneração líquida quase dobrou em comparação com o ciclo anterior, saindo de R$ 8,9 bilhões para R$ 15,2 bilhões.

Também contribuiu com o lucro líquido o resultado financeiro da companhia, que saiu de um saldo negativo R$ 214,8 milhões obtido entre julho e setembro de 2023, para um resultado negativo 71,4% menor no mesmo período deste ano, de R$ 61,5 milhões.

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A melhora se deu por conta da variação cambial no período, assim como a variação dos instrumentos de hedge contratados para proteger a companhia dos riscos vinculados à dívida emitida em euros. Com a proximidade do vencimento da dívida, os eurobonds tiveram efeito líquido positivo no período, da ordem de R$ 55,5 milhões, contra um resultado negativo de R$ 40 milhões obtido no mesmo período do ano anterior.

A receita líquida da Cemig cresceu 7,7% no trimestre, a R$ 10,1 bilhões. Os custos, contudo, tiveram crescimento maior, de 15,7%, a R$ 7,2 bilhões, puxados pela alta de 20,9% nos custos com energia elétrica.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 146,5% no trimestre, a R$ 4,9 bilhões. Já o Ebitda ajustado teve queda de 10,3%, a R$ 1,76 bilhão.

Resultado do mercado faturado

O mercado de energia faturado pela Cemig D, distribuidora do grupo, cresceu 4,5%, a 12.377 GWh, sendo 0,2% no mercado cativo, a 5.820 GWh, e 8,6% no mercado livre, a 6.557 GWh.

Excluindo a energia transportada, a carga própria da Cemig somou 8.790 GWh, alta de 4,3%. O crescimento mais expressivo foi da carga atendida pela geração distribuída, cujo mercado cresceu 32,2%, a 1.269 GWh.

Considerando o mercado de GD, as perdas na rede elétrica, a energia distribuída para consumidores cativos e o uso da rede para transporte de energia aos consumidores livres, a carga fio da Cemig cresceu 6,5% no trimestre, a 15.418 GWh.

Depois de um 2023 com o DEC, indicador que mede a duração das interrupções de fornecimento de energia, acima das metas regulatórias (9,71 horas contra 9,59 horas), o indicador está abaixo do limite regulatorio, fixado em 9,64 horas para 2024. Ao fim do trimestre, o DEC era de 9,43 horas. Já o FEC, que mede a frequencia das interrupções, continuou dentro da meta (5,04 vezes contra 5,97 vezes).

As perdas de energia na janela de 12 meses encerrados em setembro atingiram 10,76%, ligeiramente acima da meta regulatória de 10,57%. Segundo a companhia, o indicador refletiu as temperaturas mais elevadas de setembro, que não foram capturadas pelo faturamento.