A fonte eólica offshore aumentou em três vezes as conexões à rede em todo mundo entre 2020 e 2021, acrescentando 21,1 GW de novas instalações, e elevando a capacidade global do segmento para 56 GW, aponta o novo relatório do Global Wind Energy Council (GWEC).
Segundo o documento, o mundo se prepara para uma “nova era de crescimento”, à medida que os governos se voltam para o desenvolvimento de tecnologias e estabelecem metas de emissões líquidas zero, o que pode gerar recorde de implementação da fonte a partir de 2025. A entidade prevê que até 2030 o número de instalações de eólicas offshore mais do que dobre no mundo, chegando aos 260 GW de capacidade instalada.
Entretanto, para alcançar esse número, o GWEC afirma ser necessário “um esforço gigantesco” para transformar as metas dos governos em realidade. “ O governo, a indústria e outras partes interessadas devem trabalhar juntos para garantir que as concessões do fundo do mar sejam licenciadas no ritmo certo”, disse o presidente mundial da GWEC, Ben Backwell.
Além disso, o documento acrescenta que a cadeia de suprimentos global está “ameaçada” pela pressão inflacionária dos aumentos de preços de commodities e logística, ao mesmo tempo que, “resiste” aos com preços “race to the bottom” e ao crescimento de demanda desigual.
Mundo
Atualmente, existem mais de 700 GW de projetos eólicos offshore em diferentes fases de desenvolvimento no mundo, dos quais 120 GW são eólicos flutuantes, segundo o relatório.
Dos 23 GW de capacidade em construção, 49,5% são da Europa, seguida pela Ásia (46,4%) e pelos Estados Unidos (4,1%). A China é o mercado mais ativo em construção com 7,8 GW, os países subsequentes são: Reino Unido (5,6 GW), Holanda (2,3 GW), Taiwan (2,1 GW), França (1,4 GW) e Alemanha (1,1 GW).
Para o Brasil, o GWEC acredita que as eólicas offshore poderão “reduzir a diferença de renda social” existente, ao oferecer empregos de maior rendimento médio, superior ao de outras tecnologias de energia renovável. Mas, a entidade aponta que o país deve superam alguns desafios para estar entre os países líderes no segmento.
O primeiro deles está relacionado à necessidade de infraestrutura, tanto indústria, quanto portuária (como as linhas de transmissão). O segundo, é a importância de considerar a menor competitividade das offshore no mercado nacional quando comparadas a outras renováveis mais maduras, como eólicas e solar onshore.
Por último, a entidade afirma ser “fundamental que o setor eólico offshore [brasileiro] seja visto sob o conceito de um planejamento industrial integrado ao planejamento energético”, apenas assim seria possível uma expansão do mercado de energias renováveis no Brasil.