O Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu na quinta-feira, 27 de maio, alerta de emergência hídrica associado à escassez de precipitação para a região hidrográfica da Bacia do Rio Paraná, que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, para o período entre junho e setembro. A medida está em linha com recomendação aprovada ontem pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em reunião extraordinária, de reconhecimento de situação de escassez hídrica na região.
É a primeira vez que o SNM emite um alerta de emergência hídrica. De acordo com o sistema, a previsão indica pouco volume de precipitação na bacia do Rio Paraná para os próximos dias. Apenas na região central do Paraná, está previsto um acumulado máximo de 60 mm em 15 dias, ocasionado por sistemas meteorológicos de pequena escala. O SNM envolve a atuação conjunta de instituições federais para o aprimoramento do monitoramento e elaboração de previsões de eventos meteorológicos extremos.
Na reunião de ontem, o CMSE decidiu pela recomendação à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que integra o SNM, para que fosse reconhecida a situação de escassez hídrica na bacia do Rio Paraná. O CMSE também reconheceu a necessidade de implementar flexibilizações das restrições hidráulicas das usinas de Jupiá, Porto Primavera, Ilha Solteira, Três Irmãos, Xingó, Furnas e Mascarenhas de Moraes.
No encontro, foi constatado que as afluências permanecem abaixo dos valores médios históricos, com a caracterização dos piores montantes verificados para o Sistema Interligado Nacional (SIN) no período de setembro a maio em 91 anos da série histórica.
O CMSE registrou ainda “a importância da articulação institucional, não limitada ao setor elétrico brasileiro, para que as medidas em curso possam ser efetivadas para o incremento da segurança no suprimento de energia elétrica no país ao longo de 2021”.
Ontem, no primeiro dia da reunião do Programa Mensal de Operação (PMO) de junho, técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicaram que a bacia do Rio Paraná teve a pior afluência dos últimos 50 anos no período de outubro de 2020 a maio de 2021. Segundo eles, a situação configura um risco ao atendimento eletroenergético e aos usos múltiplos devido às condições desfavoráveis de armazenamento.
(Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)