O carvão representou 16% da eletricidade produzida na Europa em 2022, um aumento de 1,5 ponto percentual na comparação com o ano anterior, e abaixo dos níveis registrados em 2018. Considerando a sua participação na matriz energética, o aumento foi de 7% no período, subindo as emissões de CO2 do setor de energia em quase 4%. Segundo o novo estudo do think tank Ember, divulgado nesta terça-feira, 31 de janeiro, o crescimento abaixo do esperado surpreendeu, já que o continente substituiu parte do gás natural russo pelo ativo.
Por outro lado, as fontes eólica e solar fotovoltaica produziram 22% da eletricidade do bloco, ultrapassando a geração a carvão e de gás natural, que somou 20%. Como consequência do aumento das renováveis, a Europa deve enfrentar uma queda no consumo de combustíveis fósseis, principalmente do gás natural.
“Apesar de importar 22 milhões de toneladas de carvão extra ao longo de 2022, a União Europeia (EU) usou apenas um terço disso e os dois terços excedentes permaneceram sem uso. Talvez o mais encorajador seja o fato de os países continuarem tão comprometidos com a eliminação gradual do carvão quanto antes da crise”, diz o documento.
A Ember prevê ainda estabilidade para a energia nuclear em 2023, já que a Alemanha deve encerrar a operação de três unidades em abril deste ano, compensando a retomada das atividades nas nucleares francesas. Já a geração hidrelétrica deve crescer cerca de 40 TW/h no ano, depois de uma seca histórica impactar os recursos no continente. As duas fontes foram responsáveis por 32% da energia gerada no bloco.
“A Europa evitou a pior crise energética. Os choques de 2022 causaram apenas uma pequena ondulação na energia a carvão e uma enorme queda de apoio às fontes renováveis. Qualquer receio de uma recuperação do carvão agora está morto. A transição da Europa emerge desta crise mais forte do que nunca. […] A Europa está caminhando para uma economia limpa e eletrificada, e isso estará em plena exibição em 2023. A mudança está chegando rapidamente e todos precisam estar prontos para ela”, afirmou Dave Jones, chefe de Insights de Dados da Ember.
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