O governo considerou positiva a primeira experiência de disputa entre as fontes eólica e solar pelo mesmo produto, no leilão de energia nova A-4, realizado nesta sexta-feira, 27 de maio. O Ministério de Minas e Energia (MME) vai avaliar agora a possibilidade de repetir o modelo nos leilões de energia nova a partir de 2023.
“Na verdade, já era uma intenção nossa fazer com que as fontes [eólica e solar] tivessem uma competição entre si. Já tínhamos percebido uma aproximação de preços [entre as fontes]. O resultado demonstrou que o número de projetos contratados demonstra que foi uma contratação bastante equilibrada”, afirmou o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, Paulo Cesar Domingues, em entrevista coletiva sobre o leilão.
“Quanto a manter a contratação [das duas fontes no mesmo produto], o ministério vai avaliar junto com a EPE [Empresa de Pesquisa Energética]”, completou o secretário.
Para o próximo leilão de energia nova A-5, que será realizado este ano, não está prevista a participação das fontes eólica e solar no mesmo produto.
Segundo o gerente executivo da secretaria executiva de leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Patrus, o resultado do leilão indica uma economia para o consumidor da ordem de R$ 1 bilhão, o equivalente a um aumento tarifário evitado de 0,5%. Estão previstos investimentos da ordem de R$ 7 bilhões pelos empreendedores que negociaram energia no leilão.
Questionado sobre o deságio do leilão, de 9,36%, menor que o de leilões anteriores, Patrus diz que não é possível saber as razões para isso, mas lembrou que o leilão de hoje foi realizado em meio a um cenário de inflação global e de Guerra entre Rússia e Ucrânia.
O presidente do conselho da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri, classificou o certame de hoje como um “leilão tranquilo”.
*Texto atualizado às 12h14 para inclusão de informações.
