A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) prevê elaborar o edital de oferta pública de aquisição de ações (OPA) da Companhia Estadual de Geração de Energia Elétrica (CEEE-G) no primeiro trimestre de 2023, após a homologação do resultado do leilão de privatização da empresa e o fechamento da transação, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores (RI) da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, nesta quarta-feira 3 de agosto.
A siderúrgica venceu o leilão de privatização da CEEE-G na última semana, adquirindo dois terços do capital da companhia pertencentes ao estado do Rio Grande do Sul, por R$ 928 milhões. A Eletrobras, que possui 32,74% da empresa, vai avaliar a possibilidade de se desfazer de sua participação na geradora. Outra fatia de 1,04% pertence a acionistas minoritários.
O executivo explicou que a aquisição do controle da CEEE-G faz parte da estratégia da companhia no setor de energia, para se tornar integralmente autoprodutora. A operação envolvendo a CEEE-G vai reduzir em cerca de 60% o custo da energia do grupo, além de permitir a diversificação de investimentos da CSN, incluindo no portfólio um setor menos volátil que o de commodities.
Ribeiro contou ainda que a fatia de 66% da CEEE-G vai gerar uma taxa de retorno superior a 20%, com risco baixo. Segundo ele, essa taxa pode ser ainda maior, após uma possível aquisição da participação da Eletrobras na geradora.
“Estamos falando de retornos esperados acima de 20% e riscos bastante controlados”, disse o executivo, durante teleconferência com analistas e investidores sobre a aquisição da CEEE-G e a estratégia da CSN na área de energia.
O plano prevê ainda fazer da CEEE-G um veículo de comercialização de energia da CSN, com o objetivo de ampliar retornos para a siderúrgica a partir da venda do excedente de energia da empresa.
A CSN estima ainda que a carteira atual na área de energia terá um impacto positivo de R$ 334 milhões de Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no longo prazo.