A zona costeira dos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, além das regiões Sudeste e Sul são as mais atrativas para exploração da eólica offshore no Brasil, que possui um potencial energético inexplorado de 700 GW, volume 3,6 vezes superior à capacidade de energia já instalada no país. No país, esse potencial inexplorado possui pedidos para licenciamento de quase 190 GW.
O dado é do novo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cujo conteúdo aponta que a consolidação da cadeia de valor offshore pode impulsionar a economia e facilitar a retomada da indústria brasileira, além de estimular o desenvolvimento tecnológico e científico e estimular a adoção do hidrogênio de baixo carbono no país.
“Hoje temos no Brasil um potencial de 700 GW totalmente inexplorado, mas que pode mudar radicalmente o panorama energético do Brasil, principalmente quando você conecta com outras agendas como o próprio hidrogênio sustentável, no qual o Brasil tem várias vantagens comparativas de produção e a atendimento à demanda, principalmente em um contexto internacional”, avalia o gerente executivo do Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, em vídeo de divulgação.
No Nordeste, entre os estados com maiores oportunidades, o estudo destaca a viabilidade da zona costeira que fica entre o Piauí, o Ceará e o Rio Grande do Norte. No Sul, a região da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul é apontada como viável, já no Sudeste, a CNI salienta os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
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O Ibama é responsável por receber e divulgar os pedidos de licenciamento ambiental, mas o avanço dos projetos não depende do instituto, e sim da regulação da atividade, ainda nas mãos do governo e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com a confederação, a consolidação dessa cadeia de valor deve oferecer alternativas mais sustentáveis, principalmente para os setores de transporte, fertilizantes, siderúrgico e para as refinarias, ajudando a estimular o desenvolvimento tecnológico e científico offshore. Além de apoiar a promoção do hidrogênio de baixo carbono nas regiões.
Em outubro de 2022, o governo publicou duas portarias que definem os regramentos e diretrizes complementares para cessão de uso de áreas offshore para geração de energia elétrica, além da criação de um Portal Único de Gestão do Uso das Áreas Offshore.
A programação dos leilões de cessão de áreas vai considerar o planejamento da expansão da geração de energia e o potencial energético estimado para cada prisma. Ainda serão publicadas diretrizes para os certames, que serão feitos pela Aneel.
Atualmente, o setor conta com o PL 11.247/2018, que busca a regulamentação das eólicas offshore, mas não contemplam o planejamento marinho. Na Câmara dos Deputados tramita o Projeto de Lei 6.969/2013, conhecido como Lei do Mar, que regula parte deste planejamento territorial marinho.
De acordo com a confederação, a consolidação dessa cadeia de valor deve oferecer alternativas mais sustentáveis, principalmente para os setores de transporte, fertilizantes, siderúrgico e para as refinarias, ajudando a estimular o desenvolvimento tecnológico e científico offshore. Além de apoiar a promoção do hidrogênio de baixo carbono nas regiões.
Globalmente, a CNI estima que 260 GW podem ser gerados até 2030, com a possibilidade de atingir 316 GW ao fim desta década. Para isso, estão previstos investimentos na ordem de US$ 1 trilhão.
Saiba mais:
– Instituto Senai mapeia áreas para escoamento da energia eólica offshore no Rio Grande do Norte.