O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve emitir nesta terça-feira, 24 de junho, a primeira licença prévia para a planta piloto de eólica offshore do Instituto Senai de Inovação de Energias Renováveis (ISI-ER) do Rio Grande do Norte. A emissão será oficializada na sede do órgão ambiental em Brasília.
A expectativa do Senai-RN é que o início da operação do projeto ocorra em 2027. No total, serão instalados dois aerogeradores, com potência somada de 24,5 MW, sendo que as máquinas serão implantadas a 4,5 km de distância do Porto-Ilha de Areia Branca, a uma profundidade de sete a oito metros no mar.
A energia gerada vai abastecer o local, localizado no litoral norte do estado do Rio Grande do Norte, com a ajuda de cabos submarinos que irão transportá-la até uma subestação no terminal.

Segundo o instituto, o objetivo da planta é analisar o desempenho dos equipamentos de geração de energia eólica offshore em condições do mar equatorial brasileiro. Também poderão ser avaliadas na área questões de segurança e função, desempenho de potência, cargas mecânicas, ruídos, suporte e afundamento de tensão, além de qualidade da energia.
Foram anunciadas como parceiras do projeto a espanhola Esteyco, a Goldwind Brasil, de origem chinesa, a potiguar Dois A Engenharia, a italiana Prysmian e a Intersal, consórcio que opera o Porto-Ilha. O Senai planeja lançar ainda em 2025 um edital para empresas interessadas em participar da iniciativa.
Eólica offshore no Brasil
O evento acontecerá uma semana depois do Congresso Nacional derrubar os vetos do executivo na Lei 15.097, conhecida como marco legal da eólica offshore. Com a derrota, o governo federal pretende editar uma Medida Provisória (MP) para “impedir” o aumento da conta de energia depois da derrubada.
Desde que o marco legal da eólica offshore foi sancionado, em 10 de janeiro, o Ibama não registrou nenhum pedido de licenciamento ambiental para um projeto de geração desta fonte.
O último pedido, referente a um projeto de 2,79 GW, da Arpoador Consultoria Energética, foi apresentado em 16 de dezembro do ano passado, poucos dias depois da aprovação do então Projeto de Lei 576/2021 pelo Senado.