A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prepara roadmap sobre hidrelétricas reversíveis, a ser finalizado ainda neste semestre para ser apresentado ao Ministério de Minas e Energia (MME). O objetivo é “identificar todos os principais gargalos e questões a serem superadas para viabilizar a implantação dessa tecnologia no Brasil”, disse o presidente da EPE, Thiago Prado, nesta sexta-feira, 15 de março, durante o lançamento de nota técnica da empresa sobre pobreza e justiça energética.
Na visão de Prado, as hidrelétricas reversíveis, especialmente as de ciclo fechado, podem ser um “novo campo”, já que elas conseguem agregar carga com possibilidade de escolha locacional dos reservatórios e melhor gerenciamento do uso da água. O assunto já havia sido comentado nesta quarta-feira, durante o evento Agenda Setorial. “O nível de contestação social e jurídico é muito alto e em relação em investir em outras fontes renováveis”, disse Prado na ocasião, em relação a grandes projetos de hidrelétricas.
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Nota Técnica
A EPE publicou, nesta sexta-feira, a Nota Técnica “Análise das experiências estatais internacionais relativas à pobreza e justiça energética: definições, indicadores, medidas e governança”. O estudo levanta como países como Reino Unido, Portugal, França e Chile conceituam e elaboram políticas públicas sobre pobreza energética, com o objetivo de oferecer subsídios para a elaboração de políticas públicas no Brasil.
Para isso, os pesquisadores avaliam ser importante considerar o contexto brasileiro, como a grande extensão territorial e diferenças regionais, e conceituar o que seria pobreza energética no país – seja em conceito único ou regional. No evento, o estudo foi apresentado por Vinicius Mesquita Rosenthal, um dos coordenadores da nota.
Segundo o presidente da EPE, Thiago Prado, a empresa pretende agora levantar mais informações locais sobre o tema para propor ao MME indicadores para a realidade brasileira. Há uma contratação em andamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o levantamento de mais dados.
“A gente também está junto com o MME pensando em uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social para pegarmos dados do Cadastro Único e a partir deles começar também a cruzar informações e melhorar o diagnóstico”, explicou Prado. Uma das preocupações está relacionada ao compartilhamento de dados e informações dos consumidores.
O lançamento da Nota Técnica ainda marca a primeira ação pelo aniversário de 20 anos da EPE.