Geração

Itaú BBA prevê GSF em torno de 0,8 em médio prazo e revê perspectiva de geradoras

Um período de hidrologia favorável não significa necessariamente que terá um fator de GSF elevado. O Itaú BBA, por exemplo, prevê um GSF de 0,8 no médio prazo, ante um consenso no mercado de 0,9 a 0,95. A diferença é explicada por uma visão menos otimista para a carga nos próximos anos, em relação à expectativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e uma forte expansão de fontes intermitentes, como eólica e solar. Por isso, o banco rebaixou as perspectivas para duas geradores hídricas: AES Brasil e Auren Energia (antiga Cesp). “Projetamos um excesso de oferta de energia para 2023-2027, dado o atual equilíbrio confortável entre oferta e

Um período de hidrologia favorável não significa necessariamente que terá um fator de GSF elevado. O Itaú BBA, por exemplo, prevê um GSF de 0,8 no médio prazo, ante um consenso no mercado de 0,9 a 0,95. A diferença é explicada por uma visão menos otimista para a carga nos próximos anos, em relação à expectativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e uma forte expansão de fontes intermitentes, como eólica e solar. Por isso, o banco rebaixou as perspectivas para duas geradores hídricas: AES Brasil e Auren Energia (antiga Cesp).

“Projetamos um excesso de oferta de energia para 2023-2027, dado o atual equilíbrio confortável entre oferta e demanda, o aumento de capacidade de geração (principalmente eólica e solar) e a provável demanda de energia fraca”, afirmam os analistas Marcelo Sá, Filipe Andrade, Luiza Candiota e Karoline Correia, em relatório do Itaú BBA divulgado a clientes.

Segundo os especialistas, a demanda de energia deve crescer entre 1,5% e 2% ao ano, no período de 2024 a 2027, ante a projeção assumida pelo ONS de crescimento de 3,5% ao ano para o mesmo horizonte, no Plano de Ampliações e Reforços de Transmissão do Sistema Interligado Nacional (PAR) e no Plano de Operação Elétrica (PEL).

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“Em nossa visão, o crescimento anual do PIB será provavelmente menor que a previsão do ONS (2,5%) e o crescimento da geração distribuída provavelmente vai superar as expectativas, portanto reduzindo o aumento da demanda”, completaram os analistas do banco.

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Devido ao cenário de GSF mais fraco, o Itaú BBA reviu a indicação para a AES Brasil, de “outperform” (acima da média do mercado) para “underperform” (abaixo da média do mercado), com preço alvo de R$ 9,2 por unit. No caso da Auren, o rebaixamento foi de “outperform” para “market perform” (na média do mercado), com preço alvo de R$ 15,7 por ação. Com relação à Engie, porém, o banco manteve a visão “outperform”, com preço alvo de R$ 46,1 por ação.

Ainda com relação aos PAR/PEL, o Credit Suisse destacou a ampliação da necessidade de investimentos em transmissão e a sugestão do ONS para a realização de leilões para definir a prioridade na conexão desses projetos. Para o banco, a Alupar deve continuar ganhando força nesse cenário e empresas como Equatorial, Engie e Energisa podem continuar expandindo seus investimentos para o segmento de transmissão.