A Administración Nacional de Electricidad (Ande), estatal de energia do Paraguai, abriu uma concorrência para exportar 100 MW médios ao mercado livre brasileiro, num primeiro passo da liberalização da venda de energia pelo país vizinho, no contexto da renegociação do Tratado de Itaipu.
Em 7 de maio, os governos do Brasil e do Paraguai chegaram a um acordo para destravar o impasse sobre o preço da energia da hidrelétrica de Itaipu Binacional, que vai manter o preço em US$ 16,71/kW para o lado brasileiro em 2024. A partir de 2027, a parcela de energia de Itaipu que pertence ao Paraguai mas não é consumida por lá poderá ser negociada no mercado livre brasileiro, substituindo o regime atual, em que o Brasil é obrigado a comprar essa energia por um preço pré-determinado, que é depois repassado aos consumidores cativos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
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O acordo também possibilitou que o Paraguai passe a exportar energia para o mercado livre brasileiro desde já, por meio das hidrelétricas Yacyretá, de 3,2 GW, e Acaray, de 200 MW.
Para iniciar essa exportação, a Ande, que também é dona do lado paraguaio de Itaipu, lançou a concorrência para oferta de energia elétrica de Acaray ao mercado livre brasileiro. Os contratos serão de no mínimo um ano, com no máximo seis ano de duração.
Os agentes interessados em participar da concorrência devem estar habilitados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para importar energia do Paraguai, e a entrega será pela conexão de Itaipu entre os dois países.
A energia será convencional, com sazonalidade flat, e entrega interruptível, sujeita a limitações das restrições elétricas existentes no Sistema Interligado Nacional (SIN) do Brasil. As ofertas, feitas em dólar por MWh, serão recebidas até o dia 1º de julho de 2024.
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