Agentes do setor elétrico temem que projetos de térmicas a biodiesel disputem o leilão de reserva de capacidade de 2025, mas não consigam garantir o fornecimento do combustível renovável para a operação. Seriam usinas que se identificariam como ‘limpas’, mas acabariam gerando energia com combustíveis fósseis, ‘sujos’, quando acionadas, disseram fontes à reportagem da Agência Infra.
Com isso, conseguiriam contratos de maior CVU (Custo Variável Unitário), mas operariam com um combustível mais barato e poluente. A reportagem explica que e esse risco já foi mapeado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Segundo o CEO da consultoria PSR, Luiz Barroso, o principal biocombustível candidato a participar do leilão é o biodiesel, que poderia ser utilizado pelas usinas originalmente movidas a diesel com algumas adaptações em seus motores. Barroso alerta que o MME precisa tomar cuidado para que uma usina não se habilite a um biocombustível e entregue outro por limitações na oferta ou logística.
Petrobras enfrenta restrições no escoamento de gás do pré-sal e agita mercado de curto prazo
Reportagem da Agência Eixos indica que problemas operacionais na plataforma de Mexilhão, cuja produção é enviada pela Rota 1 até a unidade de processamento de Caraguatatuba (UTGCA/SP), forçaram a Petrobras a mudar o fluxo de escoamento de parte do gás natural do pré-sal para o Rio de Janeiro e movimentaram o mercado de curto prazo nos últimos dias.
O corte na oferta mobilizou comercializadoras e sócios da estatal no sistema de escoamento – que tiveram de se lançar numa corrida por contratos spot para cobrir compromissos de entrega e evitar, assim, problemas de suprimento, relataram fontes do mercado. Ao menos um dos sócios da Petrobras em campos do pré-sal encontrou dificuldades para atender aos contratos. A situação foi regularizada, informa a reportagem.
De acordo com a Agência Eixos, o gargalo ocorreu em razão de uma combinação de restrições planejadas e não planejadas no sistema de escoamento: as manutenções previstas nas rotas 2 (Cabiúnas/RJ) e 3 (Boaventura/RJ) e uma parada não-programada na Rota 1, que escoa tanto o gás do pós-sal (incluindo Mexilhão) quanto do pré-sal (como Tupi, o maior campo produtor do país).
Nessas situações, a Petrobras programa ofertas alternativas de gás para evitar oscilações no mercado, como ocorre nos próprios casos de manutenção preventiva na plataforma de Mexilhão. Não contava, porém, com os imprevistos na Rota 1. Procurada, a companhia não respondeu até o fechamento da edição, ontem (17/3) à noite.
Ministério propõe elevar mistura de etanol na gasolina a 30% após aval em testes
O Ministério de Minas e Energia (MME) vai propor a elevação da mistura de etanol anidro na gasolina dos atuais 27% para 30%, após testes bem-sucedidos com o novo combustível. A medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), formado por 17 ministros do governo.
O anúncio foi feito ontem (17/3) pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia). Ele disse que o E30, como está sendo chamado o novo combustível, vai dispensar a compra de gasolina do exterior. (Folha de S. Paulo)
Em comunicado, o MME informa que a transição do E27 para o E30 evitará a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano, impulsionando a produção nacional de biocombustíveis. Segundo o ministro, isso representará um aumento de 1,5 bilhão de litros na demanda por etanol e um investimento estimado em R$ 9 bilhões no setor.
O MME informa, ainda, que os testes com o E30 representam mais um avanço na implementação da lei do Combustível do Futuro (14.993/24), que estabelece diretrizes para a descarbonização e modernização da matriz energética brasileira. A legislação permite ampliar o limite de etanol na gasolina para até 35%, desde que comprovada a viabilidade técnica, reforçando o compromisso do país com a segurança energética e a sustentabilidade.
Ações de energia limpa têm patamar mais baixo em cinco anos
As ações de energia verde recuaram ao nível mais baixo nos cinco anos com a incerteza sobre o apoio político à transição para energia limpa, após uma onda de entusiasmo por questões ambientais, sociais e de governança que as levou a recordes históricos, o mercado avalia agora a retomada por investimentos em combustíveis fósseis.
O S&P Global Clean Energy Transition Index, uma importante referência que acompanha o desempenho das grandes empresas de energia limpa, caiu 16% nos últimos 12 meses.
Alguns investidores acreditavam que as ações começariam a se recuperar no final do ano passado, à medida que as taxas de juros se estabilizassem ou caíssem e os preços da eletricidade subissem. (Folha de S. Paulo – reportagem do jornal Financial Times)
Trump afirma que está autorizando seu governo a aumentar a produção de energia a carvão
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que pretende combater a vantagem econômica da China com eletricidade gerada a partir do carvão, autorizando seu governo a aumentar a produção de energia com esse combustível fóssil.
“Estou autorizando meu governo a começar imediatamente a produzir energia com um carvão lindo e limpo”, escreveu Trump em uma publicação nas redes sociais.
Não está claro a que Trump estava se referindo ou como seu decreto nas redes sociais impactaria a política energética dos EUA. Ele já havia assinado uma ordem executiva no início de seu mandato declarando emergência nacional de energia e instruindo a Agência de Proteção Ambiental (EPA) a impulsionar a produção e distribuição de combustíveis fósseis. (O Globo – com informações da agência de notícias Bloomberg)
Petrobras descobre presença de hidrocarboneto em poço na Bacia de Santos
A Petrobras informou, ontem (17/3), ter identificado a presença de hidrocarbonetos em um poço exploratório no bloco Aram, no pré-sal da Bacia de Santos. O poço em perfuração fica localizado a 245 quilômetros de Santos (SP), em profundidade de 1.760 metros.
O intervalo portador de hidrocarboneto foi constatado por meio de perfis elétricos, indícios de gás e amostragem de fluído, que serão submetidos a análises laboratoriais. Hidrocarbonetos são substâncias químicas, compostas por carbono e hidrogênio, presentes na maioria dos combustíveis minerais. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Mais de 20 companhias de capital aberto no país estão em processos de recuperação judicial ou extrajudicial, número que tende a crescer, à medida que mais empresas enfrentem dificuldades para o pagamento de dívidas. Entre as mais recentes estão Bombril e Agrogalaxy, mas a lista inclui casos emblemáticos, como os da Americanas e da Oi. Há ainda a Light, em recuperação desde 2023, além da Teka, que teve a falência decretada recentemente.
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O Globo: O governo envia nesta terça-feira (18/3) ao Congresso Nacional o projeto de reforma do Imposto de Renda que isenta de tributos pessoas físicas que ganham até R$ 5 mil por mês, , uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O custo estimado no primeiro ano da medida é de R$ 27 bilhões, antecipou ontem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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Folha de S. Paulo: O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda criar uma faixa estendida no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida para contemplar famílias com renda bruta mensal entre R$ 8.000 e R$ 12 mil, público hoje fora do alcance da política.
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O Estado de S. Paulo: A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais no País, abriu processo administrativo para apurar possíveis irregularidades na nomeação de três ministros do governo Lula para o Conselho de Administração da Tupy, metalúrgica com ações na Bolsa. Carlos Lupi (Previdência), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Vinicius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União) se tornaram conselheiros da Tupy em 2023 por indicação do BNDES Participações. Segundo a CVM, pela Lei de Conflito de Interesses, antes de assumirem seus cargos, eles deveriam ter obtido autorização da Comissão de Ética da Presidência, o que não ocorreu. Só neste ano a comissão deu parecer favorável às nomeações. Mesmo assim, os ministros podem responder a processo por violação ética.