
Com o desfecho da definição, pelo governo, das regras para a renovação de 20 contratos de concessão que vencem entre 2025 e 2031, as distribuidoras de energia elétrica voltaram-se agora para os futuros investimentos em resiliência de redes, diante da frequência cada vez maior de eventos climáticos extremos, conforme indica reportagem do Valor Econômico.
Em teleconferências com analistas ou nos balanços de resultados de 2024, executivos de grupos que comandam distribuidoras apontaram o tema em algum momento como crucial em 2025 – e nos anos seguintes.
Especialistas consideram que o foco em redes mais robustas ganha força porque a conclusão do processo de renovação das concessões garantiu mais previsibilidade e segurança jurídica para as empresas destravarem recursos. Entre as diretrizes para a renovação, estão novas metas de recomposição do serviço após interrupções causadas por fatores climáticos.
Até o momento, o regulamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) exclui do cálculo dos indicadores de qualidade os cortes de energia causados pelo clima extremo.
Bancos e Petrobras negociam acordo e querem indicar futuro CEO da Braskem
O jornal O Estado de S. Paulo informa que os bancos credores da Novonor (antiga Odebrecht), em posse da fatia de controle da Braskem discutem, neste momento, aspectos de governança com a Petrobras dentro do plano alternativo à venda da petroquímica.
De acordo com a reportagem, entre as propostas que estão na mesa está dar à Petrobras capacidade de participar do processo de indicação de um novo CEO da Braskem na futura gestão compartilhada da companhia. Atualmente, a Petrobras não tem ingerência nessa decisão, que fica nas mãos da Novonor. A estatal de petróleo é a segunda maior acionista da Braskem e tem o desejo de participar mais ativamente da gestão da companhia.
Nesse sentido, a busca do profissional seria feita por meio de um headhunter, e a escolha, consensualmente por ambos os lados, para posterior ratificação pelo Conselho de Administração. Um novo acordo de acionistas também é discutido. Um memorando de entendimento entre os bancos credores e a Petrobras envolvendo um controle compartilhado da Braskem deve ser divulgado nos próximos meses e a expectativa é de que um acordo final seja fechado até o final do ano.
Os bancos têm a fatia de controle da Novonor na Braskem como garantia de empréstimos concedidos à Odebrecht no passado e o plano é converter essas garantias e alocá-las em um fundo de investimento em participações (FIP). A dívida da Novonor com Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) supera R$ 15 bilhões. O valor de mercado da Braskem é de pouco mais de R$ 9 bilhões.
Bahiagás monta plataforma para comercialização de gás spot e reacende debate sobre os limites da distribuidora
A Bahiagás recebeu este mês aval da Agerba, a agência reguladora estadual, para lançar uma plataforma de comercialização de gás natural spot (curto prazo), voltada para clientes industriais de grande porte da Bahia.
O projeto permitirá à distribuidora ofertar sobras de gás aos seus usuários – que terão acesso a condições mais flexíveis de compra de molécula do que os contratos usuais, firmes. (Agência Eixos)
Parques solares da EDP Renováveis recebem liberação de R$ 109 milhões
As unidades II, III, IV e V da Central Geradora Fotovoltaica Monte Verde, localizadas nos municípios de Lajes, Pedro Avelino e Jandaíra (RN), receberam nova liberação de recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
O valor, de R$ 109 milhões, corresponde à segunda parcela do financiamento aprovado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para a implantação dos empreendimentos.
Os parques pertencem à EDP Renováveis Brasil e, juntos, vão demandar um investimento total de R$ 914,5 milhões. Desse montante, até R$ 411 milhões serão financiados com recursos do FDNE, operado pelo Banco do Brasil.
A potência instalada conjunta das centrais da EDP Renováveis será de 181,1 MW, com uma produção anual estimada em 464.000 MWh. (Canal Solar)
Aneel anuncia bandeira tarifária verde em abril
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, na sexta-feira (28/3) que a bandeira tarifária para abril será verde. Isso significa que os consumidores de energia elétrica não terão custo adicional nas contas de energia.
A bandeira tarifária permanece verde desde dezembro, refletindo as condições favoráveis de geração de energia no país. Segundo a Aneel, mesmo com a transição do período chuvoso para o seco, a geração de usinas hidroelétricas, mais barata que a geração térmica, continua em níveis estáveis.
Gás natural: permanece suspenso o processo para contratação de capacidade de transporte no Gasbol
A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu na semana passada que continuará suspenso o processo de oferta e contratação de capacidade de transporte de gás natural de 2024 da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (POCC 2024 TBG), para o período de 2025 a 2029.
O processo, que visa a contratação de transporte de gás no Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), está sendo conduzido de maneira indireta pela transportadora, sob supervisão da Agência.
Também foi aprovada a utilização do contrato de transporte firme (com garantia de movimentação até o volume contratado), na modalidade de serviço de transporte extraordinário, exclusivamente pelos carregadores participantes do POCC 2024 TBG, a partir de 1º de abril. (ANP)
Mercado de energia fotovoltaica deve crescer dois dígitos por ano
Segunda maior fonte de energia na matriz elétrica brasileira (22%), atrás apenas da hidrelétrica, a geração solar deve crescer 22% ao ano, em média, até 2027, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O avanço é impulsionado pela geração distribuída (GD), que permite que consumidores gerem sua própria eletricidade – e que representa dois terços de toda a energia fotovoltaica no Brasil.
O crescimento do setor deve acompanhar a alta anual de 4% da demanda global por eletricidade no mesmo período, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). O percentual equivale a um Japão adicionado ao consumo mundial a cada ano, e deve ser alcançado em meio ao processo de transição energética e ante à necessidade de descarbonização da economia. (Valor Econômico)
Desmatamento tira R$ 1 bilhão por ano de Itaipu e Belo Monte em geração de energia perdida
O desmatamento da Amazônia faz as duas maiores usinas hidrelétricas do Brasil perderem juntas, por ano, cerca de 3.800 gigawatt-hora de capacidade de geração. É energia suficiente para abastecer 1,5 milhão de pessoas, equivalente a mais de R$ 1 bilhão de receitas anuais no setor elétrico.
Esses números estão entre um dos principais achados de um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) que avaliou como a destruição da floresta impacta o regime de chuvas da qual depende a hidroeletricidade.
O trabalho, feito pelo núcleo de pesquisa Climate Policy Iniciative (CPI), criado na instituição para estudar temas ambientais estratégicos, analisou esse fenômeno no contexto da usina de Itaipu, no Rio Paraná, e de Belo Monte, no Rio Xingu. As duas juntas são responsáveis por 23% da geração hidrelétrica do país. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.
Nova onda de reatores nucleares menores e mais baratos faz EUA correrem para atrair a indústria
Com a promessa de uma energia nuclear mais nova e barata no horizonte, os estados dos EUA estão competindo para se posicionar na construção e no fornecimento da próxima geração da indústria, enquanto os legisladores consideram expandir subsídios e eliminar obstáculos regulatórios.
Projetos avançados de reatores de diferentes empresas estão enchendo o pipeline regulatório do governo federal, com a indústria promovendo esses reatores como uma fonte confiável e ecologicamente correta para atender à crescente demanda de eletricidade, especialmente de gigantes da tecnologia que precisam alimentar suas plataformas de inteligência artificial em rápido crescimento.
Os reatores podem entrar em operação já em 2030, dando aos estados pouco tempo para atrair investimentos, ao mesmo tempo que enfrentam o ceticismo do público em relação à segurança e à crescente concorrência de energias renováveis, como a solar e a eólica. No entanto, esses reatores contam com forte apoio do governo federal, e empresas de energia em todo o país estão se preparando para incorporá-los às suas matrizes energéticas. (Valor Econômico – com informações da agência de notícias France Presse)
Câmeras, drones, sensores e IA otimizam produção de energia
Reportagem do Valor Econômico indica que novidades baseadas em inteligência artificial (IA), robótica e baterias estão otimizando a produção de energia. A tecnologia Lidar – que remonta à missão espacial Apollo 15, de 1971, e que é usada até pela arqueologia na descoberta de edificações antigas em florestas como a amazônica- vem sendo adaptada para monitoramento e avaliação de recursos eólicos em pleno oceano e para avaliar terrenos para projetos de energia solar.
No primeiro caso, a Petrobras usa sensores em uma boia para monitorar sistemas eólicos offshore. O projeto, em parceria com o Senai, é capaz de medir velocidade e direção do vento, pressão atmosférica, temperatura e umidade do ar, ondas e correntes marítimas.
Sensores de Lidar também são usados pela Eccon Soluções Ambientais em drones para onde instalar placas solares. De posse dos dados coletados, de imagens de satélite e de bases ambientais, a companhia oferece automação da análise de viabilidade de um projeto e processo automatizado para monitoramento de fogo. Drones ainda são usados, com câmeras de altíssima resolução, para identificar, por exemplo, maciços vegetais ou superaquecimento dos painéis.
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: O número de pessoas ocupadas na agropecuária no Brasil caiu por três anos seguidos e, no ano passado, chegou ao menor nível desde 2012, quando começou a série histórica do IBGE. Em 2024, a queda na ocupação foi de 3%, para 7,88 milhões de pessoas. O desempenho foi no sentido contrário ao do mercado de trabalho nacional, já que o número total de trabalhadores cresceu 2,6% no último ano.
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Folha de S. Paulo: As concessões de rodovias à iniciativa privada são tema central de pelo menos 51 projetos de lei que, atualmente, tramitam no Congresso Nacional. A maior parte das propostas feitas pelos parlamentares prevê a inclusão de novos serviços obrigatórios pelas concessionárias, como oferta de sinal de wi-fi em todo o percurso, pontos de recarga de veículos elétricos e bases de descanso para motoristas.
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O Estado de S. Paulo: Uma das principais apostas do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Programa Pé-de-Meia tem mais beneficiários do que alunos matriculados na rede pública em pelo menos três cidades, localizadas na Bahia, no Pará e em Minas Gerais. O programa também chega a contemplar mais de 90% dos alunos de ensino médio em pelo menos 15 cidades de cinco Estados. Além disso, há casos de beneficiários que aparentam ter renda acima da permitida pela regra do programa que paga bolsa para alunos mais carentes.
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O Globo: O Brasil quer ir além das declarações diplomáticas e chegar ao final da edição brasileira da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima com entregas concretas do ponto de vista econômico. Em novembro, na COP30, em Belém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende tirar do papel um fundo global para a proteção de florestas tropicais de modo a romper com a dependência de países ricos no financiamento de medidas para proteger as matas e buscar capital privado. Também está nos planos montar uma coalizão de nações para a integração de mercados de créditos de carbono.