O Ministério de Minas e Energia (MME) cogita criar um “mecanismo competitivo” para conexão de projetos de data centers e hidrogênio, afirmou na semana passada o secretário de Transição Energética e Planejamento, Thiago Barral, em evento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), realizado em Brasília.
De acordo com Barral, os pedidos de conexão protocolados junto ao ONS para esses empreendimentos já somam 50 GW (gigawatts), o que indica certo grau de especulação por parte dos agentes.
Segundo fontes disseram à Agência Infra, o MME pode incluir a ideia de um leilão de margem de escoamento voltado para a carga em uma portaria a ser publicada para regulamentar os trechos sobre energia na medida provisória da Política Nacional de Data Centers – ainda em elaboração pelo governo.
MME divulga calendário de leilões de transmissão até 2027
O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou o novo cronograma dos leilões de transmissão de energia elétrica até 2027. Estão previstos cinco certames, programados para os meses de abril e outubro dos próximos anos. O primeiro deles será realizado em outubro deste ano.
O Leilão nº 04/2025, agendado para o dia 31 de outubro de 2025, prevê investimentos de R$7,67 bilhões, abrangendo 13 estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia.
Serão construídos 1.178 quilômetros (km) de novas linhas de transmissão e ampliada a capacidade de transformação em 4.400 MVA. (Fonte: MME)
ONS: níveis dos reservatórios apresentam previsão de estabilidade
O boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) para a semana operativa entre 7 e 13 de junho indica que as projeções para os níveis de Energia Armazenada (EAR) ao final do mês estão estáveis, com três subsistemas podendo superar 60%: Norte, 99,5%; Nordeste, 68,9%; e Sudeste/Centro-Oeste, 66,9%. O destaque é a perspectiva de recuperação na região Sul: 58,6% ao final de junho, ante 48,5% projetados inicialmente.
Os indicadores de ENA apontam que apenas o Sul poderá ter precipitação superior à média: 108% da Média de Longo Termo (MLT). Para as demais regiões, as previsões de afluência ao final de junho estão um pouco superiores ante os primeiros percentuais divulgados, ainda que se mantenham abaixo da média: Sudeste/Centro-Oeste, 78% da MLT; Norte, 59% da MLT; e Nordeste, 35% da MLT.
Os cenários prospectivos para a demanda de carga são de aceleração no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em três subsistemas. A região com comportamento oposto é o Sudeste/Centro-Oeste, com estimativa de retração de 2% (41.875 MWmed). O crescimento no SIN deve chegar a 0,7% (76.224 MWmed) e os percentuais dos demais submercados são os seguintes: Norte, 6,1% (8.181 MWmed); Nordeste, 4,6% (13.000 MWmed); e Sul, 2,5% (13.168 MWmed). Os percentuais comparam as projeções de junho de 2025 com os resultados verificados no mesmo período de 2024.
O Custo Marginal de Operação (CMO) para a próxima semana operativa está com o mesmo valor em todos os subsistemas: R$ 273,73/MWh. (Fonte: ONS)
Tarifa de energia sobe 45% acima da inflação em 15 anos; no mercado livre, preço ficou 64% abaixo
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que a tarifa de energia elétrica dos brasileiros atendidos pelas distribuidoras aumentou 177% em 15 anos, saltando de R$ 112 por megawatt hora (MWh), em 2010, para R$ 310 o MWh, em 2024.
Nesse mesmo período, o índice de inflação avançou 122%. Ou seja, a tarifa teve um aumento real (acima da inflação) de 45% no período. Detalhe: o valor inclui o preço da energia, acrescidas das bandeiras tarifárias vigentes a cada ano, sem os encargos e o custo da distribuição e da transmissão, que encarecem ainda mais o preço final para o consumidor.
De acordo com a reportagem, Esse quadro pode mudar depois da medida provisória nº 1.300, editada pelo governo federal, que reforma o setor elétrico brasileiro e estabelece a abertura do mercado livre para todos os consumidores a partir de dezembro de 2027. Isso significa que a partir desta data qualquer cidadão poderá escolher de onde comprar sua energia elétrica, a exemplo do que ocorre hoje com as grandes empresas. Para esses clientes, a conta é bem mais baixa porque os contratos são de longo prazo e embutem o efeito da concorrência do mercado.
Tik Tok construirá data center de R$ 55 bilhões no interior do Ceará
A rede social chinesa Tik Tok investirá aproximadamente R$ 55 bilhões na construção de um mega data center na cidade de Caucaia (CE), de acordo com informações publicadas pelo site Intercept Brasil.
O projeto já obteve licença prévia para a construção e contará com o suporte da Casa dos Ventos, uma das principais empresas de energia eólica do Brasil, que será responsável pelo fornecimento de energia renovável para o centro de dados.
A escolha do Tik Tok pela localidade foi estratégica: o município cearense está localizado dentro de uma ZPE (Zona de Processamento de Exportações), área que oferece incentivos fiscais e menos burocracia para a instalação e atuação de empresas.
Além da rede social chinesa, nomes como Google, Amazon, Facebook e Apple também demonstraram interesse em instalar a infraestrutura tecnológica na região.
Em dezembro de 2024, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, chegou a se reunir com representantes do TikTok para discutir a iniciativa, que agora avança em ritmo acelerado. (Canal Solar)
Queda no preço da gasolina ainda não chegou ao consumidor, indicam pesquisas
O corte no preço da gasolina anunciado pela Petrobras no início da semana passada ainda não chegou integralmente aos postos, apontam pesquisas da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e da ValeCard.
Segundo a agência, o preço médio da gasolina no país caiu apenas R$ 0,02 por litro na semana, para R$ 6,25 por litro. Dados compilados pela ValeCard mostram que, entre domingo (1º/6) e quinta-feira (6/6), o preço médio do combustível só teve queda em dez estados —em apenas três deles, superior a R$ 0,05. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
O acordo do IOF acertado ontem (8/6) entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças parlamentares é o principal destaque da mídia nesta segunda-feira (9/6).
O governo vai diminuir o alcance do decreto e adotar novas medidas para compensar a perda de arrecadação. (Folha de S. Paulo)
Após cinco horas de reunião, o ministro da Fazenda e lideranças do Congresso concordaram ontem em apresentar um pacote de medidas para substituir o efeito arrecadatório de parte do decreto que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As iniciativas incluem o aumento da tributação das bets, corte de incentivos a LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito Agrícola) e uma redução linear de benefícios tributários que não constam na Constituição. (Valor Econômico)
O ministro afirmou que o governo vai apresentar, em paralelo, medidas para reduzir em 10% os gastos tributários infraconstitucionais, além de propostas para cortar despesas primárias, que serão fruto de uma nova reunião. (O Estado de S. Paulo)
“Acredito que foi uma reunião histórica, conjunta, muito aberta e franca. Dividiria em 4 temas. Uma é a Medida Provisória que vai disciplinar determinadas matérias de arrecadação, que visa o mercado, sobre arrecadação e temas afins. Amanhã explicaremos o aspecto das bets. Apresentaremos os primeiros dados coletados. A proposta original era aumentar para 18%. Essa MP vai nos permitir recalibrar o decreto do IOF, para reduzir as alíquotas do decreto original”, disse Haddad ao fim da reunião. (O Globo)