
O governo federal vai editar uma medida provisória (MP) para limitar o crescimento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, prometeu ontem (9/7) a publicação do texto durante participação em reunião na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
“Não é mais admissível que a gente venha recepcionando custos tão altos sem consequência de interesses que muitas vezes não são interesses do povo. Então, nós temos que limitar o que é bom e o que não é bom na sociedade. Nós vamos encaminhar nessa casa uma medida provisória que limita a ampliação dos custos”, disse o ministro.
A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é que a CDE vai alcançar R$ 49,2 bilhões em 2025. (Agência Eixos)
Partes da MP do setor elétrico podem ir para projeto de lei de 2015 que voltou a tramitar
A Agência Infra informa que o projeto de lei (PL) 2.987 de 2015, parado há oito anos, voltou a tramitar com a incorporação dos prazos de abertura do mercado livre de energia previstos na medida provisória (MP) 1.300/2025, da reforma do setor elétrico. O relator do documento na Comissão de Minas e Energia, deputado Otto Alencar Filho (PSD-BA), apresentou parecer no dia 26 de junho.
Mas outros itens da MP 1.300 podem ser absorvidos ao PL 2.987, por meio de emendas, segundo afirmaram fontes da reportagem. O prazo para apresentar sugestões ainda está aberto. Com o movimento, cresce a possibilidade de que a MP 1.300 venha a caducar sem ser deliberada.
O projeto de 2015 já tratava da abertura do mercado livre e, com o novo texto, passa a incorporar os prazos para indústria e comércio em baixa tensão a partir de 1º de agosto de 2026; e para residências a partir de 1º de dezembro de 2027, conforme proposto na MP de reforma do setor elétrico.
Setores afetados por tarifas de Trump pedem diplomacia e calculam prejuízo
O anúncio feito ontem (9/7) pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, de que produtos brasileiros passarão a ter tarifa de 50% a partir de agosto, pegou de surpresa os diversos setores da economia (café, carnes, têxteis, plásticos e calçados), que defendem uma negociação por vias diplomáticas e o distanciamento do Brasil de questões geopolíticas, conforme destaca a Folha de S. Paulo.
(…) José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil, diz que a tarifa anunciada não é uma medida econômica. “É certamente uma das maiores taxações a que um país já foi submetido na história do comércio internacional, só aplicada aos piores inimigos, o que nunca foi o caso do Brasil”, diz.
A leitura de que se trata de uma medida política é também expressada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que vê impactos graves ao setor. Em nota, a instituição defende a intensificação das negociações com Trump para “preservar a relação comercial histórica” e também a necessidade de uma “comunicação construtiva”.
A reportagem ressalta que o petróleo bruto é o produto brasileiro mais exportado para os Estados Unidos – US$ 2.378, 5 (em milhões de dólares).
Petrobras avalia impacto de tarifa; S&P vê risco para petroleiras americanas
O Valor Econômico informa que a Petrobras está avaliando os impactos da decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor 50% de tarifas aos produtos brasileiros. Da exportação de petróleo da Ptrobras, 4% são vendidos aos Estados Unidos. Os derivados representam 37%.
Para a consultoria S&P, a decisão pode afetar as relações das petroleiras americanas que atuam no Brasil. Em junho, as americanas Chevron e Exxon arremataram áreas na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. A Chevron arrematou nove blocos na Foz do Amazonas, em consórcio com a chinesa CNPC. A Exxon ganhou dez blocos em consórcio com a Petrobras.
Governo anuncia regulamentação do Mover com programa para carros sustentáveis
A Agência Eixos informa que o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSD), regulamenta nesta quinta-feira (10/7), em cerimônia no Palácio do Planalto, o programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), que estabelece critérios ambientais para a fabricação de veículos e amplia exigências de sustentabilidade para o setor automotivo.
A regulamentação inclui a criação do programa Carro Sustentável, que define metas de redução de emissões e estímulos ao uso de biocombustíveis, eletrificação e outras tecnologias de baixo carbono aplicadas à mobilidade e logística.
Uma das expectativas da indústria é a definição das alíquotas do IPI Verde (Imposto sobre Produtos Industrializados), para redução da carga tributária de carros populares com tecnologia flex.
Europa enfrenta verão com recorde de mortes ligadas ao calor extremo
Duas ondas de calor “excepcionais” em junho pressionaram os sistemas de saúde e provocaram aumento de mortes em cidades da Europa, de acordo com o levantamento do Serviço de Monitoramento das Alterações Climáticas da União Europeia, o Copernicus.
As temperaturas passaram dos 40 °C – em diversos países, entre os dias 17 e 22 –, e novamente a partir de 30 de junho, com recordes de 46 °C na Espanha e Portugal. No dia 30 de junho foi registrado “um dos dias de verão mais quentes de que se tem registro” na Europa, de acordo com o Copernicus. (Agência Eixos)
CEO de gigante da energia eólica alerta para risco de fuga de indústrias da Europa
O CEO da Vestas Wind Systems, uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo, tem uma advertência contundente para a Europa: é preciso adotar uma política industrial mais ousada ou correr o risco de ver os negócios se desviarem para o outro lado do Atlântico e para outras regiões.
Com o aumento da demanda por energia barata e confiável, o executivo-chefe da Vestas, Henrik Andersen, disse em uma entrevista à Bloomberg News (publicada pela Bloomberg Línea) que a abordagem fragmentada da União Europeia (UE) em relação à indústria coloca em risco a busca do continente pela independência energética e a concorrência com outros fabricantes globais.
PANORAMA DA MÍDIA
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ontem (9/7) a aplicação de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, a ser implementada a partir de 1º de agosto. A notícia é o principal destaque da mídia nesta quinta-feira (10/7).
Dias após pôr em curso uma ofensiva para defender Jair Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu impor uma sobretaxa de 50% ao Brasil e citou o aliado político na carta enviada ao presidente Lula (PT) nesta quarta-feira (9/6). É a maior tarifa extra entre as 21 anunciadas pelo americano nesta semana. (Folha de S. Paulo)
A magnitude da taxa e o tom de Trump surpreenderam o governo brasileiro, que convocou reunião de emergência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu pelas redes sociais, afirmando que elevações unilaterais de tarifas serão respondidas com a Lei de Reciprocidade Econômica, e que “o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. (Valor Econômico)
Em relatório, Alberto Ramos, diretor de Pesquisa Econômica para América Latina do Goldman Sachs, afirma que o país terá aumento efetivo de taxação das exportações brasileiras de 35 pontos percentuais. E que a medida terá impacto negativo de 0,3 a 0,4 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. E medidas retaliatórias gerariam efeitos mais negativos. (O Globo)
O governo Lula prepara nesta quinta-feira, 10, a retaliação à decisão dos Estados Unidos de elevar em 50% a tarifa dos produtos exportados aos EUA, em meio à expectativa de um dia de fortes perdas no mercado financeiro e de embates políticos e jurídicos. E a resposta brasileira ainda pode levar a uma escalada da guerra comercial entre os países. (O Estado de S. Paulo)