Reportagem da Folha de S. Paulo indica que a posição de Donald Trump em fortalecer a cadeia do petróleo nos EUA e as barreiras erguidas pela União Europeia ao etanol de segunda geração fizeram o bilionário Rubens Ometto amargar uma queda de 7,65% nas ações da Raízen. Os papéis bateram R$ 1,69 nesta quarta (5/2), a marca mais baixa da história.
O revés foi percebido com mais intensidade nesta semana pelo mercado, que já tem pressionado os papéis da companhia há um tempo. De janeiro até esta quarta, a queda acumulada é de 21,76% e, em 12 meses, ela chega a 54,93%.
De acordo com a reportagem, no momento em que tenta reduzir sua dívida, pressionada pela alta dos juros, Ometto enfrenta dois reveses em seu ousado plano de construir, até 2030, 20 usinas de etanol de cana de segunda geração, conhecido como celulósico (porque é feito com bagaço).
Lula garante Silveira no MME: será mantido ministro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que manterá Alexandre Silveira (PSD) como ministro de Minas e Energia. O anúncio, feito ontem (5/2) durante entrevista a rádios de Belo Horizonte (MG), encerra as discussões quanto à inclusão da pasta na reforma ministerial.
“O Alexandre Silveira é um ministro excepcional. Eu acho que poucas vezes o Ministério de Minas e Energia teve um ministro da competência, da vontade de brigar, da vontade de lutar, com interesses por Minas Gerais igual Alexandre Silveira. Não há porque mexer com uma coisa que está fazendo uma revolução no setor energético brasileiro e no setor de minas deste país”, defendeu Lula.
A Agência Eixos esclarece que havia um cenário de crescente especulação sobre a saída de Silveira do MME e uma eventual ida para o Planalto. O ministro está em uma posição singular, ocupando uma das três das cadeiras do PSD, mas sem apoio do partido.
Ministro de Minas e Energia diz que CNPE vai discutir adesão à Opep+ no próximo dia 18
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ontem (5/2), em entrevista a jornalistas que o Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE) vai discutir, no dia 18 de fevereiro, a entrada do Brasil na Opep+, o grupo ampliado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O convite foi feito há mais de um ano, quando o ministro esteve em Riade (capital da Arábia Saudita), com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, em novembro de 2023. O ministro destacou que a Opep+ “é uma plataforma de discussão de países não integrantes da Opep para discutir o futuro das energias do mundo” e que a Opep tem obrigações que o Brasil não tem como cumprir “nem juridicamente, nem tecnicamente”, como corte de produção. (Agência CMA)
Solar passa eólica e é a segunda maior fonte de energia no Brasil
A fonte solar fotovoltaica tornou-se a segunda maior da matriz elétrica brasileira. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), alcançou 23,9 GW de potência instalada operacional. Assim a modalidade ultrapassou a fonte a eólica, com 23,8 GW, cando atrás apenas da fonte hídrica, que possui hoje 109,7 GW.
Segundo a Absolar, os 23,9 GW incluem a somatória das grandes usinas e todos os sistemas de geração própria em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. Esse volume, calcula a entidade, trouxe ao país desde 2012 mais de R$ 120,8 bilhões em investimentos, gerou mais de 705 mil empregos e proporcionou R$ 38 bilhões em arrecadação para os cofres públicos.
Com isso, também evitou a emissão de 33,3 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. Em nota a associação reforça ainda que essa tecnologia ajuda a aumentar a segurança de suprimento, reduzir a pressão sobre os recursos hídricos e proteger a população contra mais aumentos na conta de luz. (Canal Energia)
Impacto ao consumidor por déficit de Itaipu é de US$ 120 milhões, diz relator da Aneel
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na terça-feira (4/2), por unanimidade, a prorrogação em 15 dias do prazo que terminaria nesta quarta-feira (5/2) para a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional e o Ministério de Minas e Energia apresentarem uma solução para manter a tarifa de repasse atual da usina. A estatal tinha solicitado prorrogação por 45 dias.
O diretor Fernando Mosna, relator do caso, apresentou voto em que apontou para o risco potencial de impacto aproximado de US$ 120,9 milhões (ou R$ 709 milhões conforme o último fechamento da cotação do dólar) para os consumidores, o que representa aumento de 5,99% sobre a tarifa de repasse, que está fixada em US$ 17,66/KW até 31 de março de 2025.
O relator do processo ainda pontuou que após o prazo de 15 dias, caso não haja solução apresentada, a questão será submetida imediatamente à deliberação da diretoria da Aneel, “com a inclusão do valor na tarifa de repasse, nos termos da regulamentação vigente”. (Agência Infra)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: A produção de bens de capital deve perder fôlego em 2025, depois de crescer 9,1% no ano passado. O setor já desacelerou no quarto trimestre de 2024, tendência que deve continuar ao longo deste ano, num cenário marcado por juros elevados e crescentes e menor expansão do crédito. A fabricação de bens de capital está relacionada à ampliação e à modernização da capacidade produtiva, sendo um termômetro importante da disposição de investimento das empresas.
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Folha de S. Paulo: A condenação (á proposta de Trump para a Faixa de Gaza) foi universal, deixando de lado a ultradireita de Israel, que quer o mesmo. Ela veio de adversários, como a Rússia e a China, mas principalmente de aliados europeus, árabes e, claro, a Autoridade Nacional Palestina.
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O Estado de S. Paulo: Os palestinos consideram Gaza como parte integrante de sua terra e aspiram a um Estado independente em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios que Israel capturou na guerra de 1967. A maioria da população de Gaza é descendente de refugiados da guerra de 1948, na ocasião da criação de Israel, quando centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos do que hoje é Israel. Eles não tiveram permissão para retornar porque teriam superado em número a população judaica do novo Estado.
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O Globo: No Oriente Médio, a condenação (ao plano de Trump para a Faixa de Gaza) foi geral. A Turquia, sócia dos EUA na Otan, a aliança militar ocidental, classificou a retirada de palestinos de Gaza como uma ideia “inaceitável” e julgou um erro até mesmo “abrir a discussão”. Egito e Jordânia, países sob pressão de Trump para receber os refugiados, também negaram o plano — mesmo pressionados por uma dependência de recursos americanos.