A Petrobras divulgou ontem (14/05) seu desempenho financeiro no primeiro trimestre de 2020: um prejuízo líquido de R$ 48,52 bilhões. O resultado foi consideravelmente afetado pela baixa contábil de R$ 65,3 bilhões relacionada à recuperabilidade econômica de seus ativos levando em conta a pandemia de covid-19 e a forte desvalorização dos preços de petróleo.
A companhia explica que os ativos que tiveram seus valores corrigidos são majoritariamente campos de petróleo em águas rasas e águas profundas, cuja decisão de investimento foi tomada no passado e baseada em expectativas mais otimistas de preços no longo prazo.
O Valor Econômico traz, em sua edição desta sexta-feira, uma ampla análise do balanço da petroleira. A Agência Petrobras, por sua vez, publicou a íntegra dos resultados do primeiro trimestre de 2020.
Contrapartida de apoio às elétricas desagrada o setor
O Valor Econômico informa que os principais grupos de distribuição de energia do país reagiram a algumas contrapartidas em estudo pelo governo para o plano de apoio ao setor elétrico, previsto para ser anunciado até o fim desta semana.
De acordo com a reportagem, as companhias demonstram preocupação com o risco de desequilíbrio econômico-financeiro das concessionárias. Sete grandes grupos de distribuição do país (Enel, Neoenergia, Energisa, Light, Equatorial, EDP e CPFL Energia) encaminharam carta esta semana ao Ministério de Minas e Energia (MME), na qual manifestam preocupações sobre o tema. O Valor ressalta que o teor do documento foi divulgado, inicialmente, pela MegaWhat.
Uma das contrapartidas feitas pela pasta e que preocupa as distribuidoras é que o decreto de apoio ao setor exigirá, como condição para o acesso aos recursos, que as distribuidoras não façam pedidos de redução dos volumes contratados, limitem as distribuições de dividendos em caso de inadimplemento intrassetorial e renunciem ao direito de discutir essas questões em juízo ou em arbitragem.
Na carta, os grupos de distribuição afirmam que é essencial que qualquer previsão de renúncia ou limitação de direitos das distribuidoras seja expressamente condicionada à suficiência dos recursos que elas receberão do empréstimo coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o grupo de bancos participantes da ajuda financeira.
Lucro líquido da Energisa avança 351.7% e atinge R$ 518,7 milhões no trimestre
O Diário do Comércio (MG) traz hoje (15/05) uma matéria sobre os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2020 das elétricas Energisa e Taesa.
A Energisa registrou lucro líquido de R$ 518,7 milhões. Segundo comunicado da empresa, o resultado foi impactado positivamente pelo registro contábil de R$ 440,5 milhões referentes ao bônus de subscrição atrelado à 7ª emissão da companhia.
A elétrica destacou, ainda, que teve um avanço de mercado acima da média do consumo nacional, mas que a pandemia de coronavírus alterou a tendência de crescimento a partir da segunda quinzena de março.
Outra empresa que anunciou o balanço financeira foi a Taesa. A transmissora de energia registrou lucro líquido de R$ 364,2 milhões no primeiro trimestre de 2020, avanço de 128,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa explicou que o resultado foi impulsionado pelos maiores investimentos e pelo aumento dos índices de inflação, destacando o balanço como “sólido” em meio à crise causada pela pandemia de coronavírus.
Marco Delgado toma posse na CCEE
O engenheiro Marco Delgado tomou posse ontem (14/05) no Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), informa o Canal Energia. Ele se junta agora ao time formado por Talita Porto e Marcelo Loureiro, que assumiram novos cargos no final de abril, além do presidente Rui Altieri e de Roseane Santos, nomeados em 2019.
Marco Delgado é engenheiro eletricista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), com doutorado em Planejamento Energético na Coppe/UFRJ. Foi consultor do Instituto Nacional de Tecnologia, em projetos de eficiência energética, e da Light, na área de tarifas. Além de diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica.
PANORMA DA MÍDIA
O Senado negocia alterações no projeto de lei que estabelece um teto para as taxas de juros cobradas em operações com cartões de crédito e cheque especial. De autoria do líder do Podemos, senador Álvaro Dias (PR), a proposta seria votada ontem (14/05), mas foi retirada da pauta pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O relator da projeto, Lasier Martins (Podemos-RS), prometeu apresentar hoje seu relatório. Como o texto original foi muito criticado, ele decidiu fazer mudanças. Uma delas é elevar, de 20% para 30% ao ano, o teto dos juros para as dívidas contraídas tanto no cheque especial quanto no cartão de crédito. O teto, já na proposta original, seria temporário. (Valor Econômico)
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A tentativa de interferência na Polícia Federal (PF), pelo presidente Jair Bolsonaro, é o destaque de hoje da Folha de S. Paulo e O Globo. Os jornais relatam que o presidente falou na reunião ministerial de 22 de abril em “interferir” na Polícia Federal, segundo transcrição feita pela Advocacia-Geral da União, e disse que não iria esperar alguém prejudicar sua família ou amigo dele para poder tomar providências.
Os jornais destacam, ainda, que além de ter mencionado a PF na reunião, ao contrário do que declarou nos últimos dias, Bolsonaro classificou como uma “vergonha” não ter acesso a informações de órgãos de inteligência e avisou: “Por isso, vou interferir. Ponto final”.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que o isolamento social está em queda no Brasil. O monitor do isolamento do jornal, feito com base em dados da Inloco, empresa de tecnologia que fornece inteligência a partir de dados de localização, mostra que a média no país está em 43,4%. Especialistas apontam para a necessidade de no mínimo ser de 70% e nenhum estado chega a 51%.
O Ministério da Saúde atualizou, ontem (14/05) à noite, os dados sobre a pandemia de covid-19 no país: 13.993 óbitos registrados e 202.918 casos confirmados. A taxa de letalidade é de 6,9%.