O mercado de carbono será uma ferramenta “importante” para a integração do Brasil no comércio global, segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.
“Futuramente, [o mercado de carbono] pode ser uma nova forma de interação do Brasil com o mundo. A ideia predominante é que o carbono deixe o âmbito nacional e se torne global”, destacou Mello durante apresentação do relatório Economic Survey Brazil nesta segunda-feira, 18 de dezembro.
No momento, a regulação mercado de créditos de carbono está em discussão na Câmara dos Deputados e pode ser votado até 23 de dezembro deste ano, quando entra o período de recesso da Casa.
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O secretário citou as discussões feitas durante a COP28 sobre como a globalização mundial considerará os critérios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) e a importância do mercado de carbono nesses debates.
Além disso, Mello defendeu que o governo brasileiro segue de “forma ativa” na procura por acordos e parcerias internacionais para integração nas cadeias de valor.
Para o representante da Fazenda, esse processo de integração só ocorrerá mediante o avanço das novas tecnologias e pela descarbonização.
“O mais importante nesse processo de integração é fazer isso na nova indústria que surge e crescer nos próximos anos em diálogo com novas tecnologias e tendências de descarbonização. Como o ministro [Fernando Haddad] tem repetido, o caminho para o mundo não é aumento da fragmentação, que temos visto nos últimos anos, também não é retomar globalização da década de 90 que gerou um conjunto grande de desigualdades. É construir a nova globalização baseada nos critérios sociais e ambientais”, destacou.
Em relação ao apoio do agronegócio ao mercado regulado de carbono, Mello afirmou que o segmento é raramente regulado em outros países, mas que é possível a sua inclusão no mercado brasileiro.
“Acreditamos que é possível incluir parte do setor agrícola no mercado de carbono brasileiro. O nosso setor agrícola é moderno e adota práticas sustentáveis, seria beneficiado pela inclusão no mercado regulado de carbono”, finalizou.
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