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Emissão de CO2 relacionada a energia bate recorde em 2023, mas renováveis limitam aumento

As emissões globais de CO2 relacionadas a energia aumentaram 1,1% em 2023, o equivalente a 410 milhões de toneladas. Assim, as emissões totais relacionadas a energia chegaram a 37,4 bilhões de toneladas, maior valor da série histórica. Este crescimento vai na contramão das premissas do Acordo de Paris, que requer uma redução acelerada nas emissões para limitar o aumento na temperatura global. Os números são da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que divulgou relatório sobre o tema nesta sexta-feira, 1º de março.

Emissão de CO2 relacionada a energia bate recorde em 2023, mas renováveis limitam aumento

As emissões globais de CO2 relacionadas a energia aumentaram 1,1% em 2023, o equivalente a 410 milhões de toneladas. Assim, as emissões totais relacionadas a energia chegaram a 37,4 bilhões de toneladas, maior valor da série histórica. Este crescimento vai na contramão das premissas do Acordo de Paris, que requer uma redução acelerada nas emissões para limitar o aumento na temperatura global. Os números são da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que divulgou relatório sobre o tema nesta sexta-feira, 1º de março.

Segundo a IEA, parte importante do aumento nas emissões se deve às condições hidrológicas baixas que prejudicaram a produção hidrelétrica em países como China, Estados Unidos e México. Assim, as economias precisaram usar fontes mais poluentes para suprir suas necessidades energéticas. Este fenômeno provocou a emissão de 170 milhões de toneladas, de acordo com o relatório.

Apesar do volume recorde nas emissões totais, o crescimento foi menor do que em 2022, quando houve aumento de 490 toneladas no CO2 liberado na atmosfera. Segundo a agência, isto ocorreu em virtude do aumento na infraestrutura de energia renovável, nuclear, veículos elétricos e bombas de calor. Sem estas tecnologias, as emissões teriam sido três vezes maiores nos últimos cinco anos, calcula a agência.

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Na China, a retomada da atividade industrial após a pandemia e a baixa produção hidrelétrica por fatores climáticos levaram o país a aumentar suas emissões em 565 milhões de toneladas, o maior nível de aumento registrado em 2023. Ao mesmo tempo, o país asiático responde pelo maior aumento na capacidade renovável: em 2023, a China instalou tanta capacidade solar quanto todo o mundo em 2022.

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Enquanto a retomada industrial aumentou as emissões na China, nas economias avançadas uma combinação de menor atividade industrial, forte implementação de energia renovável, melhorias na eficiência energética e substituição do carvão por gás proporcionou uma queda recorde nas emissões, mesmo com o crescimento das economias.

Nestes países, houve redução de 4,5% nas emissões de CO2 em 2023, enquanto as economias cresceram 1,7%. Nestas regiões, as emissões caíram 520 milhões de toneladas e voltaram ao mesmo nível de 50 anos atrás, e a demanda por carvão mineral foi equivalente à de 1900.

O ano de 2023 foi o primeiro em que pelo menos metade da produção de eletricidade nas economias avançadas veio de fontes de baixas emissões, como energias renováveis e nuclear. Combinados, estes países e a China concentraram 90% das novas usinas solares fotovoltaicas e eólicas, e 95% das vendas de veículos elétricos em 2023. Assim, o relatório da IEA aponta para uma necessidade de “maiores esforços internacionais” para aumentar o investimento e a implementação de energia limpa em economias emergentes e em desenvolvimento.

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