Varejista

Varejo de energia no mercado livre desacelera, mas segue em crescimento

Sinal de preços em mercado livre de energia
Sinal de preços em mercado livre de energia

O Brasil atingiu 32.648 cargas varejistas em maio, crescimento de 1.627 novos consumidores no mercado livre de energia, ou 5,22%, em relação ao mês anterior. A expansão foi menor que a vista em abril, quando 1.791 novas cargas migraram, alta de 6,2% ante março.  Os dados são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e mostram um crescimento anual do mercado varejista de 28,78% nos cinco primeiros meses de 2025.

O número de novas migrações, que cresceu continuamente desde fevereiro de 2024, começou a recuar a partir de fevereiro deste ano.

O engenheiro consultor Felipe Figueiró, que foi especialista em energia e inteligência de mercado da Engie, avalia que há tendência de estabilidade no mercado varejista, depois que o “boom” inicial levou as empresas deste mercado a identificarem quais os potenciais clientes na alta tensão.

“Com o tempo, o funil foi estreitando. Possivelmente as equipes passaram a encontrar consumidores com GD ativa, outros necessitam adequações mais caras para migrar, além de enfrentarem concorrência crescente e elevação nos preços de energia como bem temos visto, o que pode também influenciar a decisão dos clientes”, explicou para a MegaWhat após publicação de análise no Linkedin.

Para o levantamento, Felipe Figueiró ressalta que utilizou os dados abertos da CCEE, com base nos consolidados da contabilização. Assim, considerando uma defasagem dos dados de maio, pode ocorrer mudança na curva estimada.

Regiões desaceleram

O levantamento mostra ainda uma desaceleração significativa na entrada de novas cargas, puxada pelo Sudeste/Centro-Oeste, que totaliza cerca de 19,1 mil varejistas em 2025. Em fevereiro o submercado registrou um crescimento de 7,73% de novas cargas, passando para 6,37% em março, 6,27% em abril, e chegando a 5,12% em maio.

“O Sul segue a mesma tendência. No Nordeste, a queda é mais lenta, mas também ocorre. O Norte ainda apresenta alguma busca ativa, mas com volumes bem inferiores ao período anterior. Olhando o Brasil como um todo, o Sudeste puxa essa desaceleração”, analisa Figueiró.

A evolução varejista do Sul, com 6,6 mil cargas neste ano, registrou alta de 8,28% de entrantes em fevereiro, passando a 5,81% em março, 6,08% em abril e 4,5% em maio.  Já no Nordeste, com 4,6 mil em 2025, e com um patamar de 8,9% em fevereiro e março, tem queda de novas cargas para a casa dos 6% em abril e maio deste ano.

No Norte do país, com pouco mais de 1,6 mil cargas deste ano, a volatilidade de entrantes variou mês a mês, mas com recuperação em maio. Em fevereiro, a quantidade de novas cargas variou 10%, caindo para 4,8% em março, subindo para 7,4% em abril e 7,5% em maio.

Varejo de energia por empresa

Olhando para o ranking das cinco maiores comercializadoras, Felipe Figueiró destaca que não houve mudanças e que seguem com crescimentos parecidos. A exceção fica para a Raízen Power, que acumulou 1,36 mil cargas e as maiores variações mensal e anual, de 9,8% e 71,6%, respectivamente.

Até maio de 2025, a Cemig totalizou 2,46 mil cargas, alta de 7,8% em relação ao mês de abril, e 28,5% de janeiro a maio de 2025. Na sequência, o destaque fica para a Ultragaz, com 2,37 mil cargas e alta de 4,4% na comparação com abril e 32% no ano.

A Matrix Energia aparece na terceira posição, num total de 2,3 mil cargas e 3,2% de alta na comparação com o mês anterior e 36,4% nos cinco primeiros meses. Na sequência, a CPFL Energia acumula 1,64 mil cargas e alta de 3,8% para abril e 18,4% no ano.